A polêmica sobre os obstáculos enfrentados pelos jovens brasileiros na conquista de uma oportunidade no mercado de trabalho vem, hodiernamente, tomando espaço na sociedade. Consoante observara o ensaísta francês Joseph Joubert, o objetivo da argumentação, ou da discussão, não deve ser a vitória, mas o progresso das ideias. Por conseguinte, a importância de uma análise acerca das principais causas e consequências desse problema complexo é substancial para que hajam soluções eficazes e duradouras. O saudoso intérprete musical Renato Russo ilustrava em uma de suas canções: “os meus amigos todos estão procurando emprego”. Essa referência poética pode ser contextualizada nos dias atuais dos jovens brasileiros. Nesse viés, em tempo de crise econômica severa pelo qual o país enfrenta, torna-se ainda mais desafiador inserir o público juvenil no mercado de trabalho. Ademais, o gargalo da carência de oportunidade de emprego na fase inicial da população economicamente ativa, soma-se com as escolhas profissionais equivocadas. Nesse contexto, a maioria dos alunos concluintes do ensino médio têm dúvidas gritantes sobre qual carreira profissional escolher. Isso acaba gerando um trabalhador pouco produtivo e insatisfeito com a área escolhida. Segundo René Descartes, não existem métodos fáceis para solucionar problemas difíceis. Portanto, cabe ao Ministério do Trabalho, diante desse cenário de recessão econômica, ampliar o programa Jovem Aprendiz, reformulando a legislação vigente para aumentar as vagas obrigatórias nas empresas de médio e grande porte. Além disso, as escolas priorizarem a orientação vocacional dos alunos do ensino médio, contratando assistentes sociais e psicólogos a fim de efetivarem um projeto continuado e eficiente na maturação das decisões profissionais desse público alvo.