Durante o século XX, no Brasil, as oportunidades não estavam dispostas de maneira igualitária aos jovens de todas as classes sociais. Em virtude disso, homens e mulheres de classe baixa só enxergavam um caminho para sobrevivência: o trabalho braçal, enquanto a juventude de classe média e alta tinham a oportunidade de adentraram a universidade, e atingirem o mercado de trabalho. Porém, no início do século XXI, com a migração da classe baixa para a média e com programas sociais estudantis, foi-se possível observar uma nova realidade: o maior número de pessoas podendo se qualificar, e como consequência, uma maior concorrência, que pode ser observada nos dias atuais. Segundo Darwin, o mais forte é aquele que se adapta ao ambiente. Levando por essa análise, o jovem brasileiro recém formado ou em busca de emprego há anos, possui grande força, já que o sucesso profissional em virtude de um bacharel não é realidade no Brasil. Nos dias atuais, com a grande recessão vivida no país, a inserção dos recém formados em suas áreas é dificultosa. Se na década de 70 Belchior cantava a aflição de ser um latino americano sem dinheiro no banco, nos dias atuais grande parte dos jovens nutrem da mesma agonia: pesquisas do IBGE indicam que 25% da juventude sofre com o desemprego. No entanto, esse desemprego pode ser visto de duas maneiras: a negativa e positiva. Enquanto uma parcela da culpa desse filme de terror da atualidade é consequência de má administração política e econômica do país nas últimas décadas, também se dá por conta do maior número de graduados no país. Após a criação de programas como proUni, FIES, Sisu etc foi-se possível um maior número de alunos nas universidades, o que gerou maior competição. Nos dias atuais não basta apenas uma formação acadêmia, é preciso se destacar no mercado. Não é a toa que a procura por programas de coaching tem sido assíduas nos últimos anos. Portanto, é preciso mudar a forma que o jovem contemporâneo visualiza o trabalho e a forma de conquistá-lo. Para que a juventude atual seja conscientizada sobre a atual situação e como reverte-la ou se adaptar, é necessário que o Ministério da Educação desenvolva parceria com empreendedores de diferentes âmbitos, de modo que seja desenvolvido workshops e palestras em escolas e universidades de esfera pública e privada, visando o estímulo do empreendedorismo, já que o futuro de um país depende do trabalho da geração atual. Como disse Kant, " o homem é o que a educação faz dele", e um país é o que os homens lhe transforma.