Título da redação:

Juventude trabalhadora

Proposta: As dificuldades enfrentadas pelos jovens no processo de inserção no mercado de trabalho

Redação enviada em 17/05/2017

A questão do jovem no mercado de trabalho no Brasil não é um tópico atual. Com o advento da industrialização, muitos jovens brasileiros já começaram a trabalhar desde cedo, pois a havia necessidade de contribuir para o sustento familiar e a não exigência de qualificação tinha importante papel nesse contexto. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 1991, 56,5% dos jovens entre 15 e 24 anos já se inseriam na PEA (População Economicamente Ativa). Contudo, houveram profundas mudanças na atual conjuntura do mercado de trabalho, o que gerou consequências que afetam principalmente os jovens que procuram ingressar nele. Com o avanço das novas tecnologias, o mercado de trabalho tem exigido trabalhadores cada vez mais qualificados. Contudo, muitos dos jovens que almejam a entrada no mercado são aqueles que, recém-saídos do ambiente escolar, não foram devidamente instruídos para tal nas escolas nem apresentam conhecimentos acadêmicos ou práticos para realizar funções. Com isso, os níveis de desemprego estrutural, isto é, aquele que ocorre quando o profissional não tem qualificação requerida para ocupar certo cargo, tem crescido no país. Esse ambiente de desemprego só ratifica o conceito marxista de exército industrial de reserva, ou seja, caso o trabalhador faça greve ou exija melhores salários, a empresa pode simplesmente demiti-lo e contratar outro que se encontra desempregado. Além disso, grande parte desses novos trabalhadores priorizam o aspecto financeiro ao invés de escolher uma carreira que lhe conceda realização profissional. Parte disso se dá porque as escolas não dão a devida assistência ao alunos quanto à escolha da profissão, e essa lacuna deixada acaba tendo efeitos negativos, como a insatisfação profissional. Outra questão pertinente é a falta de experiência dos candidatos a vagas de emprego. A maioria dos empregadores prezam a “bagagem” do candidato, uma vez que um aprendiz requer mais gastos com treinamento, por exemplo, do que um empregado já experiente. Em virtude dos fatos mencionados, portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Para isso, cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego fazer parcerias público-privadas com as companhias, no intuito de criar programas que insiram o jovem nas empresas, de forma a abranger a maior parte das corporações brasileiras. Outrossim, as escolas devem promover palestras e dinâmicas nos intervalos, de modo a mostrar para os alunos a gama de carreiras que se pode seguir, além de realizar testes vocacionais com psicólogos e pedagogos, de maneira a orientar os estudantes na escolha de uma profissão. A partir dessas providências, talvez, as mudanças possam ser contornadas de modo a permitir a integração entre os jovens e o mercado de trabalho.