O best-seller “Pai Rico, Pai Pobre”, lançado no início deste século, rapidamente conquistou relevância quando o assunto é educação financeira. Seu sucesso deve-se não apenas aos valiosos princípios encontrados em suas páginas, mas também à forte crítica feita ao sistema de ensino escolar, o qual, segundo o autor, condiciona os alunos a estudarem com afinco a fim de conquistarem um bom emprego. Por sua vez, o índice de desemprego entre os recém-formados acadêmicos comprova a ineficácia desse condicionamento. Assim como no livro, a vida tem ensinado que não basta ter conhecimento para se alcançar o sucesso. E as dificuldades dos jovens em ingressar no mercado de trabalho refletem bem isso. Portanto, se por um lado o conhecimento é necessário, por outro lado, entende-se que saber usá-lo é ainda mais importante. Assim sendo, muito provavelmente a causa para as dificuldades dos jovens quanto a um emprego, estabilidade financeira e sucesso profissional esteja mesmo num sistema de ensino falho. Tendo em vista que o Brasil é um país capitalista e com um alto índice de cidadãos endividados era de se esperar que houvesse educação financeira na grade curricular das escolas. Além disso, cursos profissionalizantes paralelos ao ensino médio deveriam ser algo comum em um país em que apenas 30% da população possui curso superior e onde a minoria dos formandos do segundo grau ingressam nas universidades. Do mesmo modo o incentivo ao trabalho voluntário, tão bem visto pelas empresas, deveria ser uma realidade. Diante da percepção de que apenas os dados problemáticos têm entrado em discussão. É primeiramente necessário olhar para a causa e propor soluções práticas, tais como: inserir aulas de educação financeira no ensino regular, bem como expandir a possibilidade de se realizar cursos técnicos durante o ensino médio e realizar testes vocacionais com apoio psicológico e pedagógico.