Desde a infância, comumente, as crianças são preparadas de forma inconsciente para ser inseridas no mercado de trabalho, através dos brinquedos e das brincadeiras de médico, bombeiro, policial e professor, por exemplo. Dessa forma, é visível que o capitalismo induz a ideologia que o emprego deve ser inerente ao homem e o processo para obtê -lo é, em geral, por meio do estudo. No entanto, quando o jovem termina o ensino superior, muita das vezes, as perspectivas em relação ao ofício são rompidas devido à dificuldade imposta pelas grandes empresas no ato de contratação. Nesse contexto, diversas instituições empresariais acreditam que os jovens são menos capazes de realizar determinada atividade do que trabalhadores mais experientes. Todavia, as empresas não consideram que a classe juvenil apresenta maior disposição em aplicar o que aprendeu na teoria, além de possuir certo cuidado e paciência em executar as tarefas e, assim, tal vontade de autodesenvolver reflete na qualidade do serviço. Ainda convém lembrar os efeitos que a dificuldade de entrada dos jovens no mercado de trabalho proporciona ao sistema econômico no Brasil. A sociedade brasileira apresenta baixas taxas de natalidade e de mortalidade, como também elevada expectativa de vida. Esses dados demonstram que o país possui alta concentração de idosos e baixa quantidade de jovens. No entanto, o impedimento da inserção dos jovens ao sistema trabalhista, juntamente, com as atuais características demográficas fomentam a possibilidade de crise econômica, visto que haverá mais aposentados do que contribuintes. Outro fator existente é as consequências aos jovens que aceitam de maneira impulsiva determinado emprego. Algumas empresas aproveitam da pouca experiência e da ingenuidade desse público e os oferecem baixos salários, o que consolida uma situação de mais-valia, na qual a mão-de-obra é subvalorizada de acordo com o retorno financeiro obtido. Dessa maneira, a quebra de perspectiva em relação ao trabalho possui a possibilidade de influenciar os jovens a buscar formas mais fáceis de obter dinheiro, como por meio da venda de drogas, armas e da prática da prostituição. Sendo assim, é essencial que as universidades promovam projetos, os quais visam interligar empresas aos estudantes, com o objetivo de demonstrar que a juventude é dotada de características importantes ao mercado de trabalho, como criatividade, curiosidade e raciocínio rápido. Ademais, o Ministério do Trabalho deve realizar campanhas e propagandas, em empresas, a fim de incentivar a contratação de jovens e, assim, romper com o estereótipo de que eles possuem baixa capacidade pelo fato de apresentar pouca experiência. Por fim, a família do jovem deve ajudá-lo no processo psicológico em relação ao mercado de trabalho, para impedir que desista de procurar bons empregos e, como resultado, dificultar a busca de dinheiro por vias ilícitas e perigosas.