É válido destacar que a principal causa dos problemas de mobilidade urbana no Brasil relaciona-se ao aumento do uso de transportes individuais em detrimento da utilização de transportes coletivos. Em acréscimo, o processo de urbanização brasileira ocorrida a partir da década de cinquenta é acelerado, desordenado, uma vez que o deslocamento de pessoas em busca de bens, oportunidades de qualificação e empregos, acarreta concentração populacional e grandes congestionamentos. Nesse ínterim, o modal rodoviário implantado na década de 50 por Juscelino Kubistchek, consagrado pela frase “governar é abrir estradas”, construiu uma malha rodoviária de um milhão Km de estrada em detrimento das ferroviárias que são de 30.000 km, estimulando o uso do automóvel em consonância com os interesses das indústrias automobilísticas no Brasil. Dessa maneira, é necessário rever a política irrestrita de apoio aos automóveis, pois a condução coletiva fica responsável somente pelos deslocamentos pendulares, movimento diário de trabalhadores de casa para trabalho e vice-versa. Logo, o transporte público não é para atividades de lazer, já que não se mostra seguro e rápido. O Brasil é um dos países mais urbanizados do mundo, ou seja, a maior parte de sua população vive nas cidades. Por conseguinte, esse processo ocorreu de maneira acelerada de 1940 a 2010 como resultado de um processo de êxodo rural. Entretanto, os governos locais, certamente, não oferecem condições para o gerenciamento de transportes e acesso dos pedestres as ruas. Dessa forma, foi criada a lei 12 587 que tem como prioridade promover políticas públicas a fim de promover a substituição do transporte individual pela incorporação do transporte coletivo. Em síntese, a União pode oferecer verbas a fim de construir bairros multifuncionais com os equipamentos públicos que são necessários. Ademais, o poder público deve substituir os semáforos fixos por semáforos inteligentes por meio de laços de detectores no pavimento, assim, quando o fluxo de veículos for intenso, existe um detector que contabiliza quantidade de carros por tempo e otimiza o semáforo verde, a fim de evitar congestionamento. Além disso, o Município deve manter em bom estado de conservação as calçadas. Finalmente, a mobilidade urbana é um direito fundamental, as cidades devem estar preparadas para as pessoas em detrimento de quatro rodas.