Redes de transporte coletivo municipais enfrentam em seu planejamento, desenvolvimento e operação sérias falhas que comprometem seu serviço, de modo que os passageiros optem por transporte individual, gerando congestionamento, aumento do tempo de viagem e custos mais altos para a manutenção das vias e para o deslocamento. Tal situação pode ter como causa a privatização do serviço público de transporte, agora articulado de maneira público-privado, levando em consideração o aumento nas tarifas, o longo tempo de espera em pontos lotados e a dificuldade no deslocamento intermunicipal. Isso faz com que os passageiros cada vez mais prejudicados por esses lapsos utilizem seus próprios meios de transporte, se manifestem em prol de melhorias e por vezes, depredem esse bem público. Essa lógica de privatização dos serviços públicos advém do pensamento liberal, que preza essa mesma privatização, a fim de promover serviços de melhor qualidade e diminuir os custos para os municípios, mas o que os brasileiros realmente encontram são o aumento das despesas e um serviço que mais aparenta um produto, e quem paga esse conta é o mesmo passageiro que sofre com os problemas vistos acima. Sendo assim, fica evidente a necessidade de uma intervenção capaz de solucionar tal cenário. Práticas de incentivo ao transporte coletivo podem gerar nos passageiros um estímulo para que todos usufruam deste serviço além de reduzir o tráfego de carros, que muitas vezes é ocupado por um único indivíduo. Porém, tal estratégia não surtirá efeito sem que antes haja uma valorização e um investimento real nos transportes por parte das empresas responsáveis, ademais, uma manutenção periódica nas vias por parte das prefeituras municipais. Para que enfim, a privatização do transporte público seja benéfica para empresa, município e cidadãos.