Sabe-se que a matriz de transportes brasileira apresenta muitos problemas, sendo grande parte devido a centralização em apenas um modal, o rodoviário, que representa mais de 60% dessa matriz, com um rápido crescimento na primeira metade do século XX. O Plano de Metas do então presidente Juscelino Kubitschek significou importantes avanços na época, que, entretanto, hoje apresentam como um grande gargalo na mobilidade do brasileiro, visto que o transporte é caro e pouco eficiente. O aumento da motorização, principalmente a partir dos anos 50, impulsionou a redução do uso do transporte público, resultando no aumento dos custos de funcionamento do transporte, dos acidentes e congestionamentos, fator que afeta principalmente os usuários do transporte público, visto que é gasto o dobro do tempo de um veículo privado. Atualmente, esses são os fatores que impulsionam ainda mais a opção pelo automóvel, afirmando cada dia mais essa realidade. Além dos motivos supracitados, a Constituição de 1988 passou a responsabilidade do transporte público para os municípios, que, por sua vez, terceirizaram para empresas privadas. Esse processo aumentou ainda mais a queda na qualidade, visto que ouve um sucateamento dos veículos, observando-se que normalmente essas empresas visam o maior lucro possível, em vez do bem-estar e segurança da população. Diante do exposto, portanto, evidencia-se que as deficiências do transporte público brasileiro são decorrentes de causas multifatoriais. Logo, para solucioná-los, o Governo Estadual poderá contratar fiscais com o intuito de supervisionar a qualidade do transporte. Ademais, as próprias empresas de ônibus podem fazer propagandas, através de faixas nas ruas, incentivando o uso do transporte público, mostrando como o transito pode melhorar. E, por fim, o Governo Federal pode procurar diversificar a matriz de transporte, implantando, por exemplo, mais metrôs nas cidades, para que a população tenha opções diferentes para decidir qual mais agrada a cada um.