Título da redação:

O ciclo vicioso do transporte público

Proposta: As deficiências do transporte público brasileiro

Redação enviada em 05/07/2017

Ônibus e trens velhos, sucateados, que em seus pontos recebem de dezenas a até centenas de passageiros, os quais apertam-se nos seus interiores. No trajeto, os passageiros correm o risco de serem furtados, assaltados ou mesmo assediados sexualmente, além da possibilidade de algum acidente de trânsito ou ferroviário. Essa é a realidade do transporte público na maioria das grandes metrópoles brasileiras. Se a malha de transporte público é ruim, por que a tarifa ainda aumenta? Segundo reportagem da revista Época, 18/6/2013, em São Paulo o custo do transporte, considerando um trajeto de ida e volta durante 20 dias, tinha um peso de aproximadamente 17% do salário mínimo, enquanto na cidade de Nova York esse valor não chegava a 8%. Essa diferença de valores se deve em grande parte aos subsídios públicos. De acordo com a reportagem da revista Carta Capital, 25/1/2016, os subsídios para o transporte público das grandes metrópoles têm caído, isso faz com que os custos da operação sejam bancados pelo que é arrecadado com as tarifas, assim, o valor cobrado deverá ser reajustado de acordo com o aumento dos gastos das empresas de transporte. Com o aumento da tarifa, muitos passageiros acabam optando por usar transporte próprio, visto que a diferença de custo é pequena. Isso gera um impacto na mobilidade urbana pois aumenta o número de veículos em circulação e gera mais engarrafamentos. Consequentemente haverá mais gastos com combustíveis no transporte público, devido ao tempo gasto nos deslocamentos, elevando a tarifa e induzindo a redução de passageiros, os quais migrarão para os automóveis e motos, um ciclo vicioso. Uma forma de melhorar a eficiência do transporte público seria aumentar os subsídios e investir em formas mais econômicas de transporte. Embora tenha um custo inicial elevado, os metrôs conseguem transportar um volume grande de passageiros, quando comparado aos ônibus, e não influenciam o trânsito nas vias urbanas. Pensando a logo prazo, o investimento inicial não se torna tão grande sem falar da longevidade das vias férreas.