Título da redação:

Mãos ao alto

Proposta: As deficiências do transporte público brasileiro

Redação enviada em 27/06/2017

A crônica machadiana "Como comportar-se no bonde" é um verdadeiro retrato de como as pessoas eram mal educadas no meio de transporte. Talvez se fosse escrita atualmente usando o mesmo cenário, ele teria o grande desafio de aliar todos os desafios do transporte público numa crônica só. Com isso nota-se que a atual situação do transporte coletivo brasileiro tem melhorado porém ainda com deficiências, seja pela nossa urbanização orgânica, seja pela imobilidade urbana. Primordialmente, é importante salientar a maneira que as cidades nasceram em nosso país. Em meio ao cenário imperialista e capitalista, na segunda metade do século XXI iniciou-se o processo de industrialização no Sudeste, atraindo trabalhadores para as fábricas. Essas regiões se tornaram mais caras e essa mão-de-obra acabou se fixando nas periferias das grandes cidades, cada vez mais longe dos centros. Com isso, a utilização de transporte público fez-se necessária à população mais pobre; mas o mesmo além de ter sua infra-estrutura defasada, aumenta a tarifa. Dessa forma, o desejo de transporte individual entre as camadas mais baixas aumenta e se torna prioritário. Em consequência disso, obtemos a imobilidade urbana como um fator não só público, mas também um problema de saúde pública. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) os efeitos do tráfego engarrafado nos indivíduos são preocupantes. Diante disso, as autoridades governamentais deveriam propor reformas para zelar o bem-estar social e também fazer valer o direito de ir e vir proposto na Constituição Federal. Infere-se, portanto, que o transporte público brasileiro precisa ser revisto. Sendo assim, as prefeituras devem aumentar as tarifas de pedágio visando diminuir a quantidade de carros nas ruas. Ainda cabe ao Governo Federal investir em transporte de maneira a modernizá-lo com serviços de ar condicionado, wi-fi e outras acomodações (as quais o passageiro paga por fora); e garantir aos moradores e trabalhadores de determinada região preços mais baratos por meio de cartões, além de aumentar a tarifa daqueles que não possuem o cartão. Assim, o cartunista brasileiro não poderá mais nos satirizar com a frase "Mãos ao alto, esta tarifa é um assalto".