“Todos os dias é um vai e vem, a vida se repete na estação”, compôs Milton nascimento ,na canção “encontros e despedidas”, ao notar o intenso fluxo no transporte público brasileiro. Nessa conjuntura, o bonde era o principal veículo do século XIX, mas deu espaço para ônibus, trens e metrôs. Tendo em pauta a mudança da matriz econômica brasileira, que era agrônoma e passou a ser industrial, o êxodo rural medrou progressivamente com rumo às cidades. Entretanto, a disposição de transporte destoa da massa populacional, que não é atingida em quantidade, tampouco qualidade. Em primeira instância, a qualidade do transporte não condiz com seu preço. À vista disso, altas tarifas são cobradas para um espaço superlotado e perigoso. Em tal espectro, é nítido que as frotas de ônibus estão malconservadas e não fornecem segurança ao passageiro, de acordo com a secretaria de transporte do rio de janeiro, dos 2.850 ônibus vistoriados, 324 foram tirados de circulação. Em consequência disso, no ano de 2013 vários brasileiros manifestaram-se nas ruas devido ao preço exorbitante das passagens, que por sua vez são incompatíveis com a realidade salarial brasileira. Ademais, a mudança rápida da dinâmica social acarretou no transporte deficitário. Nesse panorama, é notório que há muitas pessoas para poucas frotas de ônibus e metrôs, visto que o período de formação das cidades brasileiras possibilitou isso. Dessa forma, com o inchaço das metrópoles alcançado nos anos 70 devido à migração, as classes mais baixas não possuíam condições financeiras para estabelecerem-se nos centros, por conseguinte, dispuseram-se em periferias. Sendo assim, a necessidade de moverem-se diariamente, para trabalhar e fazer outras atividades, ficou completamente atrelada ao transporte público que não acompanhou a demanda. Para alterar essa realidade faz-se impostergável, portanto, que os Ministérios dos transportes e cidades, mediante as prefeituras, implementem leis que garantam o aumento da quantidade de veículos públicos por região, com o fito de atender a toda massa populacional. Não apenas, é de suma importância que as vistorias sejam efetuadas constantemente, por meio da secretaria de transporte municipal ao entrar em contato com as empresas, para circular somente veículos seguros. Inclusive, é imprescindível a atuação do ministério da defesa social, por intermédio de levantamentos socioeconômicos nas cidades, para o acesso gratuito de pessoas no cadastro único, com o intuito de democratizar o transporte público.