O processo de industrialização do Brasil teve início na era Vargas, com investimento realizado na indústria automobilista, fato este que refletiu tanto na cultura brasileira (de que comprar um carro é uma necessidade/realização pessoal) como contribuiu para que o principal meio de transporte do país fosse o rodoviário. Atualmente, as consequência do estímulo a compra de veículo individual (desde de Vargas) corrobora para o aumento das dificuldades do sistema de transporte público brasileiro. A mobilidade urbana, no Brasil, tem enfrentado dificuldade principalmente nas grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Manaus, pois o grande afluxo de migrantes de outros estados não foram previstos pelo poder público. Assim, o transporte público que fora projetado para um número "x" de pessoas acabou por não suportar aumento súbito de usuários. Ademais, o crescimento não organizado da cidade gera problemas de infraestrutura, uma vez que as ruas não são planejadas, mas sim formadas pelos próprios ocupantes dos espaços outrora desocupados. Não bastasse, a transporte coletivo público sofre por não terem estratégias bem formuladas ou bem executadas. Em Manaus, a tentativa de implementação do BRT (bus rapid transport), foi realizada apenas com a pintura de uma faixa azul para separar o corredor exclusivo do ônibus dos demais veículos, fato este que não coibi a utilização do corredor exclusivo por carros e motos. Outro exemplo de projeto mal realizado, foi o VLT (veículo leve sobre trilhos) realizado no Rio de Janeiro, para ajudar na mobilidade durante as olimpíadas de 2016, o qual foram colocados em locais com um fluxo pequeno de pessoas na rotina do dia-a-dia, uma vez que estes em sua maioria foram realizados para transportar os atletas para os locais de competição e para a vila olímpica. Destarte, é indubitável que o transporte público brasileiro necessita de investimentos para superar as deficiências. Para tanto, os governos estaduais devem investir na criação de bairros planejados com ruas largas, além de investir no alargamento das vias existentes para que seja possível a implementação eficaz do BRT, metrô de superfície ou VLT. Além disso, as mídias (televisão, rádio e internet) e as escolas, devem realizar campanhas de estimulo ao uso da bicicleta como meio de transporte, como é adotado em outros países que são exemplos de mobilidade urbana, como a França e o Japão. Somente assim, o povo brasileiro deixará de perder boa parte de sua vida em ônibus e paradas.