A globalização e a revolução tecnológica são responsáveis pela introdução de certos hábitos perniciosos na vida do homem moderno. Muitas tarefas foram automatizadas e simplificadas, alterando a forma de o ser humano interagir socialmente. Por um lado, observam-se progressos, mas por outro, houve perdas, já que as facilidades modernas contribuíram para o surgimento de hábitos sedentários, atingindo não só adultos, como, também, crianças. O sedentarismo infantil é responsável pela alienação social em que vivem muitas crianças, pois impede a interação social entre elas e não contribui para a vida em grupo, visto que proporciona menor convivência e troca de experiências. A falta de brincadeiras em grupo, por seu turno, contribui para gerar adultos egoístas e narcisistas, incapazes de perceber o outro e de aprender a ceder e a respeitar as diferenças de cada um. Por outro lado, o sedentarismo infantil contribui para o surgimento de doenças mentais nos futuros adultos, posto que a solidão e a falta de contato humano, tônicas das relações sociais modernas, são fatores desencadeantes de diversas doenças mentais, como a depressão e a esquizofrenia. Ademais, o suicídio, cujas principais causas são a depressão e a solidão, contribui em primeiro lugar para o número de mortes entre os jovens. Não se pode, outrossim, negligenciar o fato de que o sedentarismo pueril contribui para a piora nos índices de saúde entre os infantes, porque muitos problemas de saúde, como pressão alta e colesterol elevado (dislipdemia), atingem precocemente a população juvenil, em razão da falta de atividade física regular, a qual contribui para a obesidade e má-formação esquelética. Em face do exposto, o sedentarismo infantil é um mal que aliena e mata. Para combatê-lo, sugere-se a reformulação do currículo escolar, capitaneada pelo Ministério da Educação, a qual privilegiaria atividades pedagógicas práticas ao ar livre e em grupo, como, por exemplo, o ensino de Biologia em um zoológico, em detrimento das aulas tradicionais. Além disso, as escolas deveriam fomentar campeonatos e jogos escolares, com o intuito de motivar os jovens à prática esportiva, o que incentivaria a atividade física e a interação social necessárias para a diminuição do sedentarismo.