O corpo humano visivelmente se transformou com o passar dos milênios. Na pré-história, por exemplo, o homem possuía uma estrutura corporal rústica, a qual era voltada para a predação, que era sua atividade principal. Nos últimos 500 anos é notória a diminuição de atividades físicas pelos indivíduos, fato impulsionado, substancialmente, pela inserção de tecnologias na vida do indivíduo contemporâneo, principalmente após a Terceira Revolução Industrial. Essa sedentarização da sociedade atinge sobremaneira as crianças e hoje é responsável por diversos problemas desse público. A epidemia de inatividade física pueril foi potencializada pelo advento de tecnologias, pelo aumento da violência urbana e pela mudança nos hábitos alimentares da população como um todo. Com o aumento da violência urbana há uma mudança nos padrões de lazer da sociedade. Logo, as crianças, que antes brincavam nas ruas "seguras", hoje brincam com aparelhos eletrônicos, celulares e vídeo-games dentro de casa. Ao mesmo tempo, em igual ambiente há outro catalisador do processo sedentário: a televisão. É com ela que a criança entra em um ambiente totalmente obesogênico que se concretiza pela industria alimentícia que a bombardeia com alimentos de alto valor calórico. No entanto, as consequências desse problema sistêmico é que preocupam os especialistas. Ora, o sedentarismo somado a uma alimentação calórica gera risco de doenças graves, como o diabetes tipo II e problemas cardíacos, ou seja, ocorre o envelhecimento precoce das crianças. Além de doenças elas, indubitavelmente, entrarão no processo de ganho de peso e conseguinte obesidade. Toma-se como exemplo o relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) que afirma que cerca de 15% das crianças entre 5 e 10 anos de idade é obesa. Outrossim, a diminuição da expectativa de vida torna-se uma realidade na vida dessas crianças, tendo em vista a permanência na situação de obesidade ao passar dos anos e aumento das complicações advindas dessa situação a medida que o indivíduo envelhece. Portanto, intervenções por parte do Estado e da família tornam-se necessárias. Aquele deve fornecer à população uma logística para a prática esportiva, por intermédio da construção de praças e parques para atividades físicas, ao mesmo tempo em que organiza o policiamento nessas áreas para aumentar o sentimento de segurança. Da mesma forma, como medida obrigatória em canais de grande audiência, deve-se inserir desenhos educativos como Lazy Town, para atingir o público alvo. E, por último, os pais devem procurar educar os filhos pelo exemplo, mudando os próprios hábitos alimentares e buscando, ao lado de seus filhos, a prática regular de atividades físicas.