Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: As consequências do consumismo infantil

Redação enviada em 16/04/2016

O sociólogo Karl Marx, antes mesmo da atual fase capitalista, abordou, criticamente, o consumismo ao caracterizar esse sistema como o criador de novas necessidades. Dentro desse contexto ilusório, o mundo das publicidades e propagandas absorvem o público infantil para garantir a maximização dos lucros. O uso de artifícios, sejam de personagens, brindes, melodias ou de agregação de status, fez com que uma parcela das crianças- sem distinções de classe econômica- fossem conquistadas pelo mundo material e almejassem o seu inserimento no mercado de consumo. Esse erro crasso é evidente na sociedade brasileira e,infelizmente, gera uma série de consequências: essas crianças sofrem com o processo da ''adultificação'' e se tornam indivíduos com uma formação social falha. Devido a esse ambiente, lida-se com o mundo infantil de uma maneira eufemizada. É notória a necessidade de dar espaço para que esses pequenos indivíduos possam se descobrir e se formarem. No entanto, o consumismo aborda essa questão com um liberalismo que exclui a participação paternal e maternal. Cria-se, por exemplo, roupas para crianças que as ''obrigam'' a desejarem. Isso porque o uso de ícones do universo infantil é recorrente e, consequentemente, atrativo. Situações como essa faz com que as crianças almejem tomar suas próprias decisões e se transformem em seres com opiniões formadas e padronizadas. Os pais não são mais capazes de orientarem os seus filhos quanto a escolha de um vestimento, um brinquedo ou de um lanche, pois o sistema consumista absorve o papel de guia dos geradores. Vê-se, assim, uma adultificação das crianças, de modo que cria-se um mercado exclusivo e padronizado para esse segmento da sociedade. Portanto, como resultado temos o público infantil participando das engrenagens e das esteiras do consumismo. Além dessa consequência de saltar fases do crescimento do cidadão, o consumo em excesso facilita para a formação social falha. Isso porque as propagandas e publicidades estimulam a aquisição individual e egoísta. As crianças consomem somente para si mesmas. Desse modo, o público infantil que não possui condições econômicas para a aquisição de um determinado produto é excluído pelo sistema e pelos consumidores. Revela-se, portanto, a formação de um ''muro invisível'' do consumismo. Max Weber,ao discutir sobre a formação da sociedade. aborda a importância de cada cidadão como influência no convívio social. Sendo assim, percebe- se que ao gerar crianças individualistas o resultado em sociedade será a falta de coletivismo, o que é essencial para o convívio. Os resultados, então, são a falha da sociedade na formação do cidadão e a exclusão do coletivismo. Portanto, agentes formadores como pais, escolas, instituições religiosas e Estado são, também, responsáveis por essa situação trágica. Para solucionar esse quadro há a necessidade da união dos segmentos sociais para a reversão desses problemas. O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária deverá abranger os limites das publicidades e propagandas por meio de uma fiscalização mais rígida e do estabelecimento de horários fixos e não excessivos dessas. Já os pais e as escolas deverão se unir para criarem uma orientação mútua quanto a formação das crianças, de modo que será feito por meio da inserção de mais atividades curriculares com presença dos pais, professores e psicólogos. E por fim a sociedade em si - família, Governo e instituições- deverá buscar formar princípios de coletividade, de harmonia e de convívio social por meio de exemplos diários de compartilhamento de bens materiais e de bons modos em sociedade. Sendo assim, as crianças terão seu futuro orientado e seu caráter dignamente formados.