O hiperconsumismo, atual procedimento padrão do homem contemporâneo, tem um preço muito alto; vive-se, constantemente, sob uma enorme pressão para que esse estilo de vida seja mantido. Além disso, esse padrão começou a se expandir e atingiu o universo infantil, influenciando e alienando as crianças a comprarem, mantendo o ciclo do consumo. Diante desse contexto, dois aspectos fazem-se relevantes: a quantidade de propagandas voltadas a esse público e o poder de influência que exerce sobre as compras da família. Em primeiro lugar, é importante constatar que as crianças não possuem a capacidade de analisar os prós e contras da compra de um produto. Nesse sentido, os elementos persuasivos da propaganda têm grande influência no pensamento dos mais jovens, já que personagens infantis, brinquedos e músicas conhecidas por eles estimulam uma ideia positiva sobre o produto ou serviço anunciado. Assim, através desses mecanismos, as empresas conseguem formar seus consumidores e mantê-los fiéis a suas marcas. Outro aspecto importante se diz respeito a influência das crianças na hora da compra. Pesquisas apontam que grande parte dos produtos adquiridos por uma família são escolhidos pelas crianças. Segundo Karl Marx, isso ocorre devido a criação de um fetiche sobre a mercadoria, onde constrói-se a ilusão de que a felicidade seria alcançada a partir da compra do produto. O público infantil, quando não atendido, utiliza-se de vários artifícios para convencer seus pais. Nesse caso, a máxima cartesiana é substituída pela máxima contemporânea: “Consumo, logo existo! ” Fica claro, portanto, que o consumismo infantil é um dos males do globalizado século XXI; e precisa ser extirpado. Assim, o Estado deve estabelecer um limite para comerciais voltados ao público infantil. Além disso, o uso de personagens de desenhos animados, em campanhas publicitárias infantis, deve ser proibido. Por fim, instituições como a família e a escola devem educar as crianças para consumir apenas o que é necessário. Só assim o consumo consciente poderá se realizar a médio prazo.