A ingenuidade infantil vem perdendo espaço para uma sensação precoce de amadurecimento, majoritariamente enganosa, devido à forma com que as empresas dirigem-se às crianças através de propagandas abusivas, atualmente. Tal falta de responsabilidade somada à uma fiscalização precária podem ocasionar sérios problemas à saúde dessa geração. A publicidade utiliza-se de meios como a televisão e a internet e é produzida para induzir o consumo compulsivo da população capitalista. Quando priorizada às crianças, o país passa a ser responsável por futuros cidadãos alienados, já que elas não são capazes de diferenciar a realidade do fictício. Além disso, as empresas que promovem tais publicidades não consideram a ingenuidade infante, permitindo que elas “sejam adultas” no imaginário. Nesse sentido, as crianças deixam a infância de lado, que deveria ser vivida sem preocupações, e passam a ter comportamentos adultos, tais como: competitividade, individualismo e a inveja, pois deixam as brincadeiras em grupo para trás e passam a querer ser superiores às outras. Tal comportamento é colocado diretamente nos merchandisings das empresas, onde aquela que não tem tal produto é inferior e pode até ser desprezada pelos colegas, provocando um sentimento de necessidade de inclusão muitas vezes não disponível financeiramente para os pais, que são vistos como os vilões pelos filhos. Segundo o documentário “Criança, a alma do negócio”, a criança brasileira é a que, em média, permanece mais tempo em frente à televisão (quase cinco horas diárias), o que poderia ser resolvido com um devido investimento no esporte, já que preencheria seu tempo. Ademais, isso pode acarretar em graves problemas na saúde infantil, como: diabetes, hipertensão e preguiça, cujo prejuízo o brasileiro só conhecerá na próxima década. Diante de tais fatos, é preciso resolver com parcimônia os problemas que o consumismo infantil acarreta. Primeiro, é necessário que, por meio de protestos da população, o órgão brasileiro não-governamental que verifica os abusos de publicidade no país, a Conar, torne-se mais rigoroso quando as vítimas são as crianças. Segundo, é importante que haja a inserção de uma matéria nas escolas sobre os abusos da publicidade e um aumento na carga horária do ensino no Brasil, principalmente no ensino fundamental. Por fim, seria interessante que o Governo de cada município implantasse mais ginásios poliesportivos e investisse mais em atletas, promovendo o trabalho em equipe e aniquilando a preguiça dessa geração.