Título da redação:

“(...)uma coisa, coisamente”.

Tema de redação: As consequências do consumismo infantil

Redação enviada em 20/04/2016

“Em minha calça está grudado um nome/ que não é meu de batismo ou de cartório(...)”. As palavras do poema “Eu, etiqueta” de Carlos Drummond de Andrade revelam um pouco do consumismo na sociedade capitalista. Atualmente, as crianças são os maiores alvos dessa realidade. Deve-se, portanto, inferir acerca dos possíveis reflexos gerados pela mentalidade da compra exagerada. Primeiramente, pode-se ressaltar que o consumismo infantil agudiza a exclusão social dentro das escolas. As crianças cujos pais têm condições de comprar os produtos populares, muitas vezes, expulsão, das brincadeiras, aquelas que não apresentam a mesma condição financeira. Por conseguinte, a infância se torna uma aplicação das ideias do biólogo Darwin: a “sobrevivência” dos jovens mais bem-adaptados ao mundo capitalista está garantida. Além do ataque psicológico às outras crianças, a mentalidade capitalista inserida na infância garante o desgaste da natureza. De acordo com a lógica determinista, presente no livro “O cortiço” de Alvares de Azevedo, o homem é produto do meio em que vive. Analogamente, se os jovens são moldados pelo consumismo que degrada exaustivamente o meio ambiente- para produzir matéria-prima ou para descartar o brinquedo velho, por exemplo- eles irão, provavelmente, ter as mesmas atitudes. Os futuros adultos, portanto, tendem a ser coniventes com a destruição do planeta em que vivem. Dessa forma, mudar é difícil, todavia é possível e preciso. Em síntese, percebe-se que o consumismo infantil gera efeitos socioambientais, bem como a exclusão social e a degradação da natureza. Para equacionar tal impasse, é preciso que o governo municipal e estadual- respaldando-se na Lei de Diretrizes e Bases- fomente palestras com psicólogos e educadores. Nestas, seria explicado aos pais a importância de se evitar o estímulo ao consumismo e, também, as possíveis consequências geradas por ele no comportamento das crianças. Além disso, o governo federal poderia- através do seu tempo de concessão nos canais televisivos- veicular campanhas publicitárias que mostrem aos jovens que é preciso preservar o meio ambiente- seja reciclando os produtos usados ou os descartando corretamente. Assim, os adolescentes poderão viver em harmonia com o planeta e ,talvez, não serão somente “(...)uma coisa, coisamente”.