É bastante evidente que, crianças nascidas em um mundo capitalista, são expostas ao consumismo imediatamente após nascerem. E isso se torna uma preocupação conforme elas crescem, uma vez que a tendência é esse consumismo, somado às diversas publicidades voltadas ao público infantil, se tornar uma bola de neve no futuro. De acordo com o sociólogo francês Pierre Bourdieu, quando criança adquire-se os primeiros hábitos ao entrar em contato imediato com a família. O que ele chamou de “habitus” primário reflete durante toda a vida. Desse modo, se uma criança tiver pais adeptos ao consumismo, isso confere-lhe a possibilidade de se tornar refém desse consumo exagerado. Segundo pesquisa feita pelo site Recicloteca, 83% das crianças são influenciadas pela publicidade. Essa estatística mostra o quanto o público infantil é inserido ao mundo adulto cada vez mais cedo. Nessa perspectiva, portanto, influenciadas pelas propagandas, as crianças são induzidas a querer certo produto sem haver, de fato, uma necessidade. Outrossim, os pais têm certa parcela de culpa, visto que acabam por comprar o que é de desejo da criança, apenas para satisfazê-la. Fica claro, portanto, que o público infantil precisa ser reeducado quanto ao consumismo. Cabe aos pais ter autonomia e saber dizer não às suas crianças, para que elas não se tornem consumistas compulsivos. Ademais, a mídia deve investir em propagandas de produtos que realmente são de necessidade das crianças, haja visto que elas ainda não tem discernimento para decidir o que realmente precisam.