Ao fim da guerra fria, o capitalismo passou a ser o modelo econômico vigente em praticamente todo o mundo. O princípio pelo qual se mantém é o consumismo. É necessário que se convença à população a ter o hábito de comprar, mesmo sem necessidade. Nesse afã, as crianças se tornam alvo fácil e sofrem com as consequências de tal ataque, seja pela maior probabilidade de desenvolver doenças psicológicas, seja pela formação de indivíduos acríticos. Para Durkheim, o fato social é algo dotado de exterioridade, coercitividade e generalidade. Seguindo essa linha de pensamento, o consumismo se encaixa em tal condição, pois é introduzido ao mundo da criança antes mesmo da sua concepção. Portanto, não existe chance do infante se defender dos meios coercitivos, o que traz como consequência a formação de personalidades cada vez menos críticas e sem autonomia. Segundo o filósofo alemão Karl Marx, “as ideias da classe dominante são as ideias dominantes”. Esse preceito é ratificado, uma vez que, percebe-se que as grandes empresas exercem controle sobre a população ao implantar o ideal de comprar como algo natural e necessário. Ademais, as crianças são mais facilmente atingidas por essa coerção, estas se tornam mais susceptíveis a, no futuro, serem acometidas por compulsões consumistas como resposta a sua fragilidade existencial. Por conta do domínio capitalista, as crianças se tornam mais frágeis a mazelas psicológicas e tendem a acriticidade quanto ao desejo de compra. Portanto, demanda-se do Ministério da Educação em parceria com as escolas a realização de oficinas para os pais que esclareçam as consequências dessa prática. Outrossim, cabe ao Legislativo a criação de leis que tolham a publicidade abusiva das grandes companhias comerciais, obrigando-as a disponibilizar mecanismos de controle paterno, por meio de senha, para conteúdos propagandistas, pois assim, os responsáveis poderão escolher o que chega ao infante.