É uma realidade preocupante o fato de os pais estarem cada vez menos presentes no cotidiano de seus filhos. Deste modo, a fim de suprirem sua ausência, compram a confiança de seus filhos, dando-lhes presentes – os mesmos que os pequeninos pediram após verem propagandas e desenhos instigantes na preferida babá eletrônica, a televisão. No popular livro “O mundo de Sofia”, o norueguês Jostein Gaarder defende que as crianças têm o poder de se surpreenderem com o mundo, dada sua inexperiência. Aproveitando-se dessa fraqueza, grandes corporações tomam-nos como público alvo, usando-os como meio para atingirem os pais, que detêm o capital e, desde cedo, inserirem-nos no mundo capitalista. Além disso, a televisão, como formadora de opinião, aliena as crianças por completo. Com a ausência de um senso crítico e guardadas pela inocência, são facilmente manipuladas através de cores atrativas, heróis e brindes, achando que precisam daqueles brinquedos para se divertirem como prometem os comerciais. Por consequência, tornam-se consumistas assíduos e dependentes, associando o brinquedo, a comida e as roupas comercializadas à felicidade, bastando um choro para que os pais façam o possível para atenderem seu desejo como uma ordem. Visto isso, é notória a importância de preservação dessa nova geração. Para isso, é necessário que a família se faça presente na formação da criança, acompanhando a rotina de seu filho para se aterem às influencias as quais seus filhos estão expostos, ensinando-lhes a discernir e filtrar o que veem. Ademais, uma participação efetiva da escola, pregando desde cedo ao indivíduo a autonomia consciente e o senso crítico, para se tornarem cidadãos responsáveis. Isso, somado a difusão dessa ideia pela mídia, permitirá às crianças um desenvolvimento mais seguro e puro, deixando que vivam apropriadamente esta importante fase da vida que é a infância.