O consumismo infantil apresenta-se como um problema nas famílias da sociedade contemporânea. Isso se evidencia com o hábito do consumo exacerbado por parte dos pais em consonância com a publicidade indevida de produtos infantis. Duas influências que levam as crianças a criarem tendências pelo excesso da compra e que podem trazer graves consequências na fase adulta. A prática do consumo indevido agrava-se cada vez mais na atualidade, direcionando os indivíduos para a alienação. De acordo com Karl Marx, desde a segunda Revolução Industrial, o bem material deixou de ter o seu valor utilitário para ganhar um valor irreal e simbólico, representando status e a inserção em determinado grupo social. Esse comportamento chama-se fetichismo da mercadoria e é transmitido dos pais para os filhos, uma vez que crianças tendem a imitar o comportamento dos adultos. Isso pode leva-las a terem um desvio dos valores de ordem ética, social e a problemas econômicos na fase de maior idade. Outrossim, as empresas utilizam-se de mecanismos, por meio dos canais de comunicação, para incentivar as crianças a desejarem seus produtos. Ora eles encantam o seu público com alimentos que trazem brinquedos, ora é transmitida a mensagem de bonecos que lutam e que disparam armas. Para Theodor Adorno, a indústria da cultura impede a formação de um indivíduo autônomo e com capacidade de julgar. Ou seja, o que deveria ser um canal de entretenimento e aprendizado passa a ser um meio de manipulação. Essa prática leva o público infantil a ter graves problemas como obesidade, à banalização da violência e até mesmo o consumo precoce de álcool e tabaco. Dessa forma, a prática do consumo exagerado por parte dos pais e a divulgação indevida de produtos infantis podem causar danos irreparáveis para os futuros adultos. Para mudar essa realidade é necessário criar o hábito de um consumo consciente por parte da família, dando o exemplo para as crianças de comprar apenas o necessário, além de mostra-las as consequências para a sociedade e meio ambiente de um consumo desenfreado. Aliado a isso, órgãos de controle da publicidade podem intensificar a fiscalização de propagandas invasivas e aumentar as penalidades, impedindo a veiculação de um conteúdo indevido. Práticas que podem direcionar as crianças a terem valores éticos e de cidadania e a se tornarem bons cidadãos.