As propagandas voltadas para o público infantil fazem parte do universo publicitário em nosso país desde o surgimento da televisão na década de 50. O conteúdo veiculado nessas publicações envolvem as mais variadas temáticas, as quais, muitas vezes, enfatizam algum tipo de consumo. Entretanto, cabe salientar, que os preceitos existentes no Estatuto da Criança e do Adolescente, norteados pela premissa do respeito à vulnerabilidade do indivíduo na infância, devem ser sempre o alicerce de qualquer propaganda independente do objetivo final da mesma. Por exemplo, um comercial que incentive o consumo de alimentos saudáveis, tais como frutas e verduras, pode ter um cunho positivo tendo em vista a dificuldade que algumas crianças apresentam na ingestão desses tipos de alimentos, especialmente durante a primeira infância. Logo, modelos infantis demonstrando tal consumo incentivarão uma nova postura com reflexo na alimentação diária do público que assistir repetidamente tal propaganda. Em contrapartida, o que deve ser evitado é a exploração publicitária em relação ao consumo de marcas específicas para o público infantil. Tal proposta pode fornecer uma dimensão negativa frente à impossibilidade de se ter um desenvolvimento infantil pleno caso não se consiga, por exemplo, ter acesso a determinado produto. Portanto, qualquer tipo de publicidade pode ser considerada plausível desde que respeite a saúde física e mental das crianças e incentive a construção de uma sociedade com indivíduos mais conscientes quanto ao seu comportamento pessoal. Dessa forma, podemos enfatizar o papel social da publicidade, tanto no âmbito público ou privado, como agente complementar no processo de educação infantil e, consequentemente, na formação de cidadãos.