Título da redação:

Drogas: questão moral ou racional?

Tema de redação: As consequências do avanço das drogas no Brasil

Redação enviada em 23/09/2017

Vício. Uso recreativo. Tráfico. Criminalização. Prazer. Todos esses fatores estão ligados à questão das drogas. No passado, os índios da Bacia Amazônica descobriram uma planta que fornecia um chá chamado Ayahuasca, que oferecia grande deleite aos seus consumidores. Em seguida, viajantes vinham em sua busca. Em termos simples, assim é a sociedade hedonista, sempre em busca de regozijo. Atualmente, as drogas e os brasileiros coexistem e é preciso compreender esse fato. Porém, o governo e a população ainda não sabem lidar com essa constatação, o que ocasiona situações e decisões levianas. Primeiramente, o uso de drogas é um tabu na sociedade, o que prejudica a construção de conhecimento acerca do assunto. Muitas vezes o brasileiro é cordial, que é definido por Sérgio Buarque como o pensamento que leva mais em consideração o aspecto emotivo do que racional, e não leva em consideração informações pertinentes. A Folha de São Paulo, por exemplo, publicou um estudo de que 80% das pessoas que usam crack não se tornam dependentes. Também, o doutor Dráuzio Varella afirmou que o tabaco vicia mais do que substâncias como a maconha. É importante então, que se leve em consideração os estudos e referências, antes de pensar moralmente. Em uma segunda análise, a mistificação causada pelo tabu é um empecilho para que instâncias governamentais e a população discutam sobre estratégias. Em outras palavras, a falta de comunicação dificulta a promoção de ações como o tratamento de dependentes químicos e a divulgação de informações sobre o correto uso de substâncias. Além disso, não se debate sobre a lei de 2006 sobre drogas, que não tem diretrizes específicas sobre os casos puníveis, o que pode levar ao encarceramento inadequado dos indiciados. Em virtude dos fatos mencionados, é perceptível que a existência das drogas no país ainda é tabu, o que impede a discussão de informações e ações estratégicas. Para sanar esses problemas, o Ministério da Saúde pode estabelecer centros de recuperação e assistência especializados aos dependentes, com a atuação de profissionais habilitados, para que as pessoas possam se tratar. Ademais, o governo pode rever a lei de 2006, explicitando qual a quantidade máxima para o porte de drogas para o uso recreativo e delimitando mais claramente os crimes de tráfico, para que os agentes fiscalizadores saibam como proceder melhor. Somente assim os brasileiros irão mostrar a racionalidade de Sérgio Buarque.