Substâncias consideradas ilícitas pelas autoridades podem exercer diferentes papéis na sociedade. Se por um lado a planta cannabis pode auxiliar no tratamento médico contra o glaucoma, pelo outro, o crack pode levar uma pessoa a morte devido a danos neurológicos. E o acesso a essa extensa lista de drogas é difundido e facilitado cada vez mais, tendo como alvo primário jovens e adolescentes das variadas estratificações sociais. Nas classes baixas, a falta de perspectiva para um futuro, leva menores a adentrarem no submundo do tráfico. A possibilidade de crescer rapidamente dentro da hierarquia do crime, torna comum observar o crescente número de traficantes distribuindo suas mercadorias em locais públicos e antes considerados inatingíveis, além de arriscarem suas vidas na tentativa de fuga das autoridades. Quando são capturados, a frágil legislação brasileira os devolve as ruas no passar de horas. Os setores mais abastados não se encontram isentos da problemática. O fácil acesso as drogas pode ser notado em casas noturnas, com a frequente realização de festas e outros tipos de eventos, sendo alguns deles regados as velhas e conhecidas drogas e as não menos preocupantes bebidas alcóolicas. Contudo, independentemente do nível social, a inexistência de uma base familiar sólida pode levar cada vez mais indivíduos ao uso de substâncias para aliviar conflitos internos e pessoais. Sendo assim, é necessário um maior investimento em uma área vital que é a educação. Secretarias de ensino, diretores e professores, poderiam realizar atividades complementares e aulas específicas sobre o risco de recorrer as drogas como um produto de consumo, estendendo o debate para pais e responsáveis. Além disso, a expansão do número de clínicas de reabilitação, tanto públicas como privadas, para a recuperação de indivíduos afetados.