A relação entre o crescente consumo de drogas e a pressão social apresenta uma faceta histórica ligada à influência midiática. Com a premissa de que entorpecentes proporcionam regozijo e ascensão social, difundiu-se um comportamento obsoleto alicerçado na agrura de dependentes químicos e na prosperidade de companhias produtoras de drogas, observados de forma incólume na sociedade brasileira. Desde o início do período colonial no Brasil, no século XVI, a produção de drogas ascendeu com o objetivo de desenvolver aguardente, a partir da cana-de-açúcar, e cigarro, a partir do tabaco, exportando-os para a Europa e consumindo-os no país. Com a popularização desses produtos, a cultura brasileira negligenciou o fato de que bebidas alcoólicas e cigarro, mesmo sendo considerados legais no país, são drogas que também causam dependência e proporcionam diversas doenças. O avanço do consumo de entorpecentes manifesta-se a partir da influência midiática, visto que ingerir drogas lícitas ou ilícitas é sinônimo de ascensão e poder social. O documentário “Fed Up” aborda o tema, enfatizando que, a partir da década de 1970, o uso do cigarro se intensificou devido a investimentos de multinacionais como a Marlboro, por exemplo, em propagandas e anúncios que implicitamente influenciavam o público a consumir drogas como fonte de felicidade e prosperidade. Ademais, há, no Brasil, uma intensa pressão social baseada no consumo de entorpecentes como fator de inclusão social, especialmente para os jovens, que são mais suscetíveis ao vício e, principalmente, onerados por uma sociedade cujo algoz é o controle das companhias sobre a mídia. Deve-se, pois, fomentar uma conjuntura social com respeito, igualdade e parcimônia. Destarte, é essencial que o Poder Legislativo formule leis mais rigorosas sobre as drogas, como multa a qualquer companhia que produzir propagandas incitando o consumo de maneira abusiva. O Governo Federal deve, juntamente com o Ministério da Cultura, investir em propagandas que apresentem, nacionalmente, os males causados por qualquer tipo de droga, como o vício e doenças; além disso, deve criar centros de apoio a dependentes, com auxílio de médicos especializados. Por fim, o Terceiro Setor deve realizar campanhas institucionais em redes sociais que visem alertar a população sobre a alienação midiática, cessando, paulatinamente, a negligência do consumo exacerbado de drogas.