Recentemente, um surto de microcefalia tem preocupado os brasileiros, atingindo mais de três mil crianças por todo o país. Esse estado de alerta é devido ao pressuposto de que essa patologia seja causada pelo vírus "Zika". Dessa forma, reflexos negativos como o aumento dos casos de aborto ilegal podem ocorrer, aflorando também, a problemática da inclusão social dos indivíduos afetados por essa doença. Em primeiro plano, o aumento da natalidade de pessoas com microcefalia dialoga com o crescimento da prática de aborto. A nação brasileira é um país em que essa prática, condenada pela lei, ocorre mais de um milhão de vezes por ano. Nesse sentido, as dificuldades de se cuidar de uma criança com necessidades especiais levaria mais mulheres a integrar esses números, colocando em risco a saúde delas, uma vez que essa prática ilegal é, muitas vezes, feita de modo inseguro. Ademais, desnuda-se a questão da inserção social do indivíduo afetado pela microcefalia. Em um país em que o preconceito é uma realidade desde a época da escravidão, certamente, as pessoas afetadas por essa patologia encontrarão dificuldades para serem aceitas na sociedade, seja no ambiente escolar, seja no âmbito corporativo do mercado de trabalho, devido ao pensamento de que elas são pessoas menos capazes. Assim, cria-se uma forte exclusão social de uma minoria, revelando o quanto o quadro de microcefalia impacta o cenário nacional. Entende-se, então, que a microcefalia causa inúmeros prejuízos para o Brasil. A fim de minimiza-los, outras ações podem ser tomadas, como a criação de um auxílio financeiro, por parte do governo e do Ministério da Saúde, para que mães de filhos afetados possam lhes garantir um futuro mais digno. Por fim, poderia ser legalizado a prática do aborto para grávidas que tenham sido picadas pelo mosquito vetor do vírus "Zika", garantindo-se que a operação se daria de forma que a saúde da mãe fosse assegurada.