O recente surto do zika vírus no Brasil alerta para um problema com o qual não só a saúde pública, mas toda a sociedade deve estar preparada para lidar, a microcefalia. É fato que o drástico aumento dos casos no país vai gerar consequências para o desenvolvimento social dessas futuras gerações, portanto é importante um engajamento descomunal tanto do Estado quanto das famílias para garantir a inclusão social dos indivíduos afetados. Por ser proveniente de condições de gestação já incomuns atualmente, a microcefalia é geralmente uma característica pouco observada na população em geral, entretanto, a ampla disseminação do vírus zika e sua certa relação com a má formação congênita aumentou de forma quase exponencial os casos e abriu espaço para a questão das implicações sociais consequentes dessa condição a longo prazo. Sem dúvida, o acometimento intelectual gerará impactos semelhantes à síndrome de Down, porém, a maior escala exige intervenções mais eficientes. Dessa forma, primeiramente é necessário compreender que o direito à vida é soberano, portanto o abordo desrespeitaria os direitos humanos. Levando isso em consideração, para garantir a inclusão social dos portadores de microcefalia é imprescindível o engajamento familiar principalmente nos primeiros anos de vida, tendo como principal alicerce o apoio estatal, representado principalmente pelo amparo financeiro. Além disso, é terminantemente necessária a conscientização por parte de toda a sociedade de que a microcefalia não desqualifica um indivíduo de sua condição como humano. Mesmo com limitações, ele poderá estudar, trabalhar, desfrutar do lazer, enfim, viver como qualquer outra pessoa.