A microcefalia, doença que gera a malformação congênita, tem várias causas possíveis – infecção da gestante por rubéola, catapora, abuso de drogas durante a gravidez, dentre outras – porém a descoberta mais recente da medicina é a de que o zika vírus tem ligação direta com a enfermidade. Como é sabido houve, no Brasil, nos últimos meses, uma verdadeira epidemia de zika, e com ela o aumento do número de casos de microcefalia no país. As crianças que apresentam microcefalia têm o crânio menor do que o tamanho médio e podem ter comprometimento do desenvolvimento cognitivo. Como é crescente o número de casos da doença no Brasil, políticas públicas terão que ser adotadas para dar suporte aos pais e, posteriormente, às crianças, para que sejam estimuladas – a estimulação precoce pode reverter eventuais sequelas da microcefalia. Além disso, esse seria o momento de se debater a descriminalização do aborto, como bem colocado pela porta voz da ONU. Como o diagnóstico da microcefalia é feito com o feto ainda no útero da mãe, por meio de ultrassom, deveria ser dada oportunidade à genitora para decidir quanto à manutenção da gravidez nesses casos. Isso porque muitas vezes a mulher não tem condições de criar uma criança nessas condições, e acaba se submetendo a um aborto clandestino, vindo, na maioria dos casos, a óbito. O que se pode constatar até o momento é que o aumento de casos de microcefalia no Brasil trará consequências futuras para o país, que terá que investir em políticas públicas voltadas para as famílias e para as crianças portadoras da doença, visando a que se desenvolvam com o mínimo de sequelas. O que se pergunta é se o país terá condições financeiras para tanto.