Assim como na Alemanha do muro de Berlin, ainda há hoje grandes divisões sejam físicas ou não que impedem de que as pessoas tenham o olhar aberto e conheça tudo de diferente que os cercam. Sabe-se que o homem é um ser sociável e que se desenvolve conforme as suas interações histórico-sociais. O filósofo John Locke, disso que o homem era uma tabula rasa ao nascer, Theodor adorno disse que o talento é socialmente construído e que de igual forma, várias ações são reflexos do que convive. O grande psicólogo Lev Vygotsky também nos mostrou a teoria de estímulo, intermediador e resposta, evidenciando que sofremos influências externas para a formação da aprendizagem e do comportamento. Contudo, pode-se perceber que as redes sociais têm grande poder de influência sobre o modo de vida que aquela as pessoas têm ou almejam ter. Nesse interim, no século XXI notou-se grande crescimento das redes sociais digitais e consequentemente os reflexos dessas influências começaram a ser mais evidente. Gostos, posições políticas, desejos, nojos, preconceitos, em suma, padrões de comportamento e/ou pensamentos que agrupam pessoas e tornam cada vez, mas isoladas em sua “Alemanha” ocidental ou oriental. Os algoritmos de relevâncias das time lines ajustam para que vejam somente o que mais lhe atrai e com isso se vê apenas cerca 7% do que se segue. Fica claro que há dois níveis seleções cruciais para selecionar o que se vê. Quem se segue e o que mais mostrou interesse, com base em suas interações com curtidas, comentários e compartilhamentos. Inquestionavelmente, o mundo tende para uma prática tecnológica ligada as redes sociais que cada vez mais segmenta o que se vê, conforme o seu gosto, portanto cabe aos especialistas de marketing digital que conhecem esses mecanismos, fazerem seu papel social de deixar claro à população tal funcionamento, no intuito de diminuir a alienação massiva. Cabe também as comunidades acadêmicas levarem tais esclarecimentos e olhar crítico para seu público a fim de provocar o debate coletivo das influências dessas mídias no comportamento humano. E por fim, cabe a justiça brasileira, juntamente com o ministério público fiscalizar e punir qualquer tipo de intolerância, preconceito e violência que tenha qualquer ligação com as redes sociais.