Desde a difusão dos ideais iluministas, no século XVIII, nota-se que a nação só ascende quando há a mobilização da sociedade para a solução dos imbróglios que assola a conjuntura social. Não obstante, quando se atenta às consequências das bolhas sociais, no Brasil, hodiernamente, certifica-se que essa filosofia do Iluminismo na prática configura-se como contraproducente. Desse modo, não há dúvidas de que a problemática permanece tangente à realidade do país, devido não só a negligência do poder público, mas também ao individualismo. A priori, é preciso salientar que o âmbito constitucional e a sua aplicabilidade estão, de forma indubitável, entre os motivos do impasse. Consoante o filósofo John Locke, o Estado, instituído pelo Contrato social, deve existir com o intuito de assegurar os direitos naturais dos indivíduos. De modo análogo, é possível compreender que, no Brasil, a lacuna estatal à intolerância viola essa estabilidade, haja vista que a baixa eficiência do poder Jurídico em punir crimes relacionados à discriminação e ao preconceito. Esse dado é alarmante, já que revela a atmosfera de impunidade, em relação a tais crimes, e reforça, infelizmente, a ideia de que há várias bolhas sociais que não se respeitam mutuamente. Ademais, é tácito que a apatia destaca-se como principal propulsora do imbróglio. De acordo com Zygmunt Baumam, o individualismo é inerente à sociedade pós-moderna, tendo em vista a evidente falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas. Seguindo esse ideário, percebe-se a influência das redes sociais no surgimento de bolhas sociais, haja vista o papel dos logaritmos em selecionar notícias e grupos que convergem com o ideário dos usuários. Dessa forma, vê-se que a não compreensão da complexidade do mundo, das diferenças, prejudica o convívio social, pois a diversidade cultural existente no universo virtual e real é característica da contemporaneidade. Destarte, urge a necessidade do poder público acabar com as bolhas sociais. Para isso, é imprescindível que haja a aprovação de uma lei, no Congresso, que defina regras sobre a utilização de logaritmos na internet, como a obrigação de fornecimento de notícias e grupos diversos ao usuário. Espera-se, com isso, diminuir os índices de intolerância no mundo virtual, por conseguinte, na realidade, já que os princípios de tolerância vigorará na mente do cidadão. De certo, assim, a tecnologia iluminará a sociedade.