Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: As consequências das bolhas sociais no Brasil contemporâneo

Redação enviada em 12/10/2018

O século XXI é marcado pela presença das tecnologias, que trouxeram a existência das mídias sociais. Contudo, a ferramenta, que surgiu para trazer maior comunicabilidade entre as pessoas, vem sendo responsável por um processo de polarização de ideias com os chamados filtros bolha. Em vista disso, há uma homogeneização dos gostos e pensamentos que podem fomentar os extremismos e, até mesmo, prejudicar a democracia brasileira. Cabe evidenciar, primeiramente, como funcionam os filtros bolha. Essa ferramenta é responsável por exibir aos usuários apenas informações que corroboram a sua visão de mundo, ou seja, baseados em algoritmos que analisam o comportamento do indivíduo na internet, escolhe-se o que deve ou não aparecer ao internauta. O fato é que o isolamento de acontecimentos e de grupos que destoam da visão de mundo de alguém resultam em uma menor diversidade de perspectivas e um comodismo que mitiga os questionamentos acerca de um assunto, fazendo as pessoas crerem que o mundo é um reflexo daquilo que elas acreditam, fortalecendo os extremos. Corrobora-se, desse modo, o pensamento da filósofa Hannah Arendt, ao afirmar que o maior isolamento que se pode sofrer é cercar-se de pessoas que pensam da mesma forma que você. Ainda, cabe ressaltar que a democracia é fortalecida pelo debate de ideias. As bolhas sociais prejudicam, assim, esse direito social. De acordo com a revista “The Economist”, o Brasil caiu no ranking democrático mundial, porque sinteticamente, faltam cultura e participação política entre os brasileiros. Entretanto, uma cultura política rica é construída em um indivíduo por meio do acesso a diversas ideias, inclusive as que se contrapõem, para, então, formar-se uma opinião consistente que possibilite uma participação efetiva do cidadão na política. O que se percebe, com o advento das bolhas sociais, é que, consequentemente, permeia, na sociedade atual, uma falta de capacidade para dialogar e debater sobre um assunto qualquer. Aliás, as pessoas propagam suas opiniões como verdades absolutas sem argumentar, não possuem acesso às ideias diferentes e, gradativamente, tornam-se mais acríticas. Infere-se, logo, o quão problemático é a vivência em bolhas sociais. Cabe, portanto, ao Ministério da Educação, aliado a ONGs engajadas com o assunto, criar congressos nas principais cidades do país para serem frequentados por alunos de escolas e universidades, além do público em geral que se interesse pelo assunto, reunindo especialistas em mídias sociais que possam expor as consequências dos filtros bolha e como acessar as configurações das redes sociais para reverter essa ferramenta, possibilitando o acesso aos diversos conteúdos, inclusive aqueles que não reforçam as visões de mundo do indivíduo. Logo, com a diversificação informativa, será possível sair do isolamento descrito por Arendt.