Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: As consequências das bolhas sociais no Brasil contemporâneo

Redação enviada em 09/08/2018

A atual Revolução Técnico-científica-informacional, com início no século XX, acelerou o ritmo de produção e obtenção de informações. O que levou a uma maior seletividade por parte de quem as consome, por meio de filtros, normalmente padronizados, que dão origem a bolhas sociais confortáveis, porém ilusórias e, por vezes, perigosas. Como no "Mito da Caverna" de Platão, no qual quem está dentro da caverna só tem uma rasa ideia do que acontece do lado de fora - por intermédio das sombras projetadas nas paredes - quem está dentro de uma bolha social só tem acesso às opiniões contrárias às suas por meio de projeções distorcidas que ressoam, eventualmente, aos seus ouvidos, e dessa forma, instigam preconceitos e a ignorância. Assim como numa bolha social que perpetua sua estabilidade pelo filtro da homofobia, na qual seus membros até sabem que existem pessoas que lidam muito bem com o fato de existirem homossexuais no mundo, porém supõem que tais pessoas são mal-informadas ou inferiores de alguma forma. Nesse sentido, quando se exclui o dono ou a própria ideia de um circulo social, sem ter dado a devida atenção aos reais aspectos positivos e negativos que possuem, perde-se a oportunidade de dar um passo em direção à saída da caverna. Assim, acorrentado pela intolerância e cego pela insapiência, o pertencente à bolha cai num ciclo vicioso que o mantém numa zona de conforto muito estimulada por redes sociais e sites de pesquisa, com seus algoritmos que determinam o que aparece para o usuário, com base no seu "perfil", a título de "recomendação". Torna-se evidente, portanto, a necessidade de estimular a individualização dos filtros adotados pelos receptores da informação, sem levá-la ao extremo, como em sua virtualização algorítmica. Por isso cabe ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações estipular campanhas publicitárias que foquem no desenvolvimento do senso crítico da população ao lidar com o excesso de informações que a hodiernidade possibilita. Além de que, o Ministério da Educação deve incluir um plano de aula nas horas curriculares de filosofia do Ensino Médio, que proporcione aos alunos o mesmo benefício, a fim de rarefazer as bolhas sociais, e talvez, em longo prazo, até estourá-las. Dessa forma, nos libertaremos das cômodas correntes e escuridão que nos iludem constantemente.