O sociólogo Durkheim defende os fatos sociais em seus estudos. De acordo com ele estes são gerais, exteriores e coercitivos, ou seja, atingem a todos, vem da sociedade para o indivíduo e julga quem não age conforme o fato, isso permite que aja um padrão social que une a população. No entanto, com o advento das redes sociais, essa união degenera-se e surge as chamadas bolhas sociais que causam divisões e geram consequências negativas como a ignorância e a intolerância. Facebook e Instagram selecionam as informações que aparecem aos seus usuários de modo que estes fiquem isolados das outras inúmeras notícias existentes. Isso é um problema porque muitas pessoas atualmente baseiam seus conhecimentos de acordo com as divulgações nas redes. Neste sentido, ficam ignorantes quanto aos outros acontecimentos e opiniões, por isso ao terem contato com pensamentos divergentes aos seus, encontram dificuldade de aceitá-los, visto que estes estão fora da realidade da bolha que costumeiramente eles vivem. Isso explica os extremismos das convicções vistas nessas redes. Assim, os fatos sociais de Durkheim continuam existindo, sendo gerais e exteriores, mas principalmente coercitivos, aja vista que julgamentos estão cada vez mais constantes e excessivos. E são esses julgamentos que refletem os graus de intolerância presentes na sociedade. De forma que está mais comum visualizar textos e imagens com xingamentos e depreciação contra algumas ideias apresentadas nas redes. Por outro lado, também encontra-se a defesa exacerbada em outras ideias, isto é, não há espaço para o meio termo, logo, existe pouca tolerância para o diálogo. O grande problema disto é que a intolerância virtual torna-se violência na vida real. Exemplo disto são as brigas e, infelizmente, as mortes por consequência da não aceitação de uma doutrina religiosa, da opção sexual e da escolha partidária de algumas pessoas. Esses acontecimentos permitem dizer que as bolhas sociais são compostas por indivíduos alienados aos seus posicionamentos e por isso são ignorantes e intolerantes aos outros. Portanto, é necessário que as redes socias tornem-se abertas, não selecionando as informações, deste modo, quem as utiliza deixará de ter acesso apenas à sua bolha, mas sim a todos os conhecimentos que este meio de comunicação permitirá. Além disso, as pessoas devem buscar basear suas convicções em meios mais confiáveis, estudando e pesquisando para assim formarem uma opinião. Para auxiliar nisso, ONGs podem ser criadas com o objetivo de explicar e esclarecer alguns fatos presentes na sociedade e divulga-los nas próprias redes sociais. Essas atitudes diminuirão os atos de intolerância, dado que dificilmente há lugar para esta onde há conhecimento.