Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: As consequências das bolhas sociais no Brasil contemporâneo

Redação enviada em 04/08/2018

Diversos estudos científicos classificam como normal a necessidade de um indivíduo em querer estar rodeado apenas com o que lhe satisfaz, conforta ou tranquiliza. No entanto, sob o contexto virtual, tal comportamento corrobora, no Brasil, a uma visão de mundo alienada - as chamadas “bolhas sociais”. Dessa maneira, nota-se a necessidade de intervenções socioeducacionais as quais consigam expandir o conhecimento humano para além da realidade invertida provocada pelo ciberespaço. Primeiramente, é válido lembrar que, durante longos anos, sociólogos e historiadores discutiram sobre a capacidade do homem em se relacionar com o mundo circundante, estabelecendo teorias clássicas que ficaram conhecidas como Teoria Contratualista, de Hobbes, Rosseau e Locke, e Teoria Aristotélica. Com efeito, aquela defende a ideia de que o homem é um ser social por necessidade, enquanto que essa; por natureza – caracterizando a sociedade atual a qual, desde cedo, procura estar ao lado de pessoas com as quais se sente mais confortável e se informa sobre o que mais lhe desperta a atenção. Em contrapartida, o desejo de viver em um “mundo cibernético fechado”, com informações filtradas e adaptadas ao interesse individual, cria a falsa sensação de que a realidade circundante é equivalente a tudo que se vê ali, sendo que o “mundo real” é muito mais complexo e diversificado. Sob um segundo viés, o psicoterapeuta Leonardo Lopes defende a concepção de que, ao viver em uma bolha social, o homem passa a alienar-se mentalmente, não aceitando fatos e opiniões contraditórias. Indubitavelmente, o ponto de vista de Lopes encontra respaldo na cena hipotética, mas verídica e corriqueira, de um indivíduo o qual, embriagado por suas verdades de mundo, estabelece relações mentais, a exemplo de: “Como alguém consegue pensar dessa forma?” ou até mesmo “Não acredito que ela/ele disse isso!”. Nesse sentido, caso não haja autointervenção, além de suporte governamental externo, o parecer intolerante e individual se alimentará, gradativamente, provocando isolamento e consequente sofrimento, uma vez que o filósofo Immanuel Kant insistia que toda mudança interior e toda reforma para melhor dependem da aplicação do próprio esforço. Destarte, percebe-se que, no Brasil, as bolhas sociais impedem a expansão do pensamento para além da realidade cibernética, contribuindo na disseminação da intolerância. Em virtude disso, o Ministério da Educação, em parceria com as mídias sociais, pode elaborar, aos internautas, vídeos educativos nos quais evidencie-se a importância de estabelecer conexões diversas com o mundo real e não apenas circundante, objetivando a criação de distintos pontos de vista e a observação da realidade como ela realmente se apresenta. Além do mais, os grandes empreendedores do mundo virtual devem retirar o filtro de sites de busca e interação, possibilitando ao usuário conhecer mais sobre diferentes culturas, costumes e opiniões, rompendo, assim, o conhecimento vago e alienado e reforçando a Teoria Aristotélica.