Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: As consequências das bolhas sociais no Brasil contemporâneo

Redação enviada em 12/07/2018

No século XXI, vive-se o auge da 3º Revolução Industrial, a partir da qual as redes sociais e as grandes mídias passaram a moldar decisivamente o cotidiano dos indivíduos. Por conseguinte, hoje, é comum o contato dos usuários apenas com outros de mesmo pensamento e com assuntos de seu interesse, o que o torna membro de uma “bolha virtual” específica. Assim, diante da importância da dialética para o contexto democrático brasileiro, é crucial a quebra do paradigma das “bolhas sociais”, uma vez que elas polarizam as opiniões e favorecem o discurso de ódio. Em primeira análise, é válido destacar que o contexto de crise política e democrática do Brasil contemporâneo, em grande parte, está relacionado à polarização de posições políticas e outras concepções. Sobre isso, desde a sua origem, na Grécia Antiga, filósofos como Sócrates defendiam a importância da dialética para a democracia, a qual consiste no conflito de ideias contrárias para o fortalecimento do pensamento a cerca do corpo social. Entretanto, na Era da (des)informação, nunca se manipulou tanto os discursos da rede virtual, o que formou as “bolhas sociais”. Dessa forma, a dialética tornou-se incomum e deu lugar a vieses de confirmação ideológica, sendo importante a mudança desse paradigma para o fortalecimento da democracia. Outrossim, deve-se ressaltar que o filósofo francês Pierre Lévy, em seu livro “Cibercultura”, afirmou que a mídia é uma extensão da realidade. Nesse prisma, um indivíduo que convive em uma “bolha virtual”, ao haver o contato com opiniões contrárias no mundo real, dificilmente aceitará, e o discurso de ódio poderá se tornar um meio de “defesa”, o que será um problema. Com isso, torna-se um instrumento importante para se coibir as consequências dessas “bolhas”, a práxis nos cidadãos, a qual – segundo o conceito do educador Paulo Freire – consiste na análise crítica da realidade e na autonomia na forma de pensamento, que são indispensáveis para o contexto de manipulação hodierno. Evidencia-se, portanto, a necessidade da desconstrução ideológica das “bolhas sociais”. Para isso, o Ministério da Educação e Cultura deve, juntamente com o corpo docente das escolas, promover projetos pedagógicos de educação e politização digital, por meio de debates e palestras periódicas no ambiente de ensino, a vista de incitar à práxis freireana para se desprender dessas “bolhas”. Ademais, as grandes mídias e as redes sociais devem permitir o contato dos cidadãos com outros assuntos e com outras opiniões, mediante a ausência da seleção de dados conforme o perfil, a fim de diminuir a polarização e a intolerância. Só assim, haverá uma Era da informação sem manipulação.