Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: As consequências das bolhas sociais no Brasil contemporâneo

Redação enviada em 09/07/2018

Ao refugiar-se, no Brasil, da Segunda Guerra Mundial, o escritor austríaco Stefan Zweig publicou, em 1941, o livro “Brasil: País do Futuro”. No entanto, as crescentes bolhas sociais diante das interações interpessoais não fazem jus a essa premissa, uma vez que esse estado acasiona o isolamento físico e social da população e a dificuldade de lidar e aceitar o diferente. Dessa forma, cabe analisar os caminhos para combater essa problemática. É notório que a falta de empatia crescente na população é uma das principais causas das bolhas sociais no Brasil. Isso ocorre porque, segundo o sociólogo Zigmunt Bauman na obra “Modernidade Líquida”, o individualismo e o egocentrismo promovem a falta de empatia e esta causa intolerância. Em consequência disso, tem-se o aumento do preconceito, da discriminação, da dificuldade de aceitação das pessoas e opiniões distintas. Dessa maneira, esse tipo de comportamento promove um círculo vicioso de isolamento e intolerância ao diferente, comprovado com o grande número de casos de preconceito e violência contra a população negra, pobre ou LGBT, mostrados em noticiários de todo o país, diariamente. Outrossim, o isolamento geográfico das residências também está entre as causas do problema. Isso acontece porque o medo promovido pela expansão da violência no Brasil, principalmente roubos, sequestros e estupros, faz com que a população queira se isolar do convívio e do contato com desconhecidos em casas com muros gigantescos e em condomínios fechados, os quais, muitas vezes, contam com áreas comerciais, como padarias, dentro do próprio condomínio, a fim de diminuir as interações físicas e pessoais. Consequentemente, essas bolhas formadas propiciam isolamentos físico e social, os quais podem causar sentimento de solidão, depressão e, até mesmo, levar ao suicídio. Fato esse corroborado pelos dados do estudo do Mapa da Violência de 2017, os quais apresentam um crescimento de quase 10% nos casos de suicídio entre jovens, desde 2002, e da Organização Mundial de Saúde,a qual afirma que o Brasil é o país com maior número de depressivos da América Latina, em 2017. É evidente, portanto, que as bolhas sociais formadas são um problema a ser enfrentado pela sociedade brasileira. Em razão disso, o Governo Federal, em parceria com o Ministério da Educação e por meio de divulgações em mídias, deve promover palestras, debates e workshops nas escolas sobre temas de convívio em sociedade, respeito e diferenças sociais e interpessoais, com profissionais qualificados na área, a fim de iniciar a dissolução da intolerância e produzir o engajamento coletivo. Afinal, é a educação o grande motor do desenvolvimento social. Isto posto, poder-se-á aproximar o Brasil real daquele idealizado por Stefan Zweig há quase oito décadas.