Nunca na história da humanidade houve tantas condições técnicas e científicas tão adequadas à construção de um mundo voltado para a dignidade humana como hoje. E o advento da internet em conjunto com as redes sociais, permitem um fluxo cada vez maior de informações, fornecendo às sociedades novos hábitos de cultura, consumo e relacionamento. A tecnologia ampliou nossa capacidade de conexão com pessoas e conteúdos, proporcionando um cenário recheado de ideias amplamente acessíveis. Com cada vez mais dados circulando diariamente pela rede a necessidade de controle exercida pelas redes sociais só aumenta, e esse controle, inicialmente benéfico, acabou tornando-se invasivo e excludente. O comportamento dos usuários, monitorado 24 horas por dia dizima qualquer indício de privacidade tal como o funil digital de controle de informações, limita o acesso à conteúdos diferentes daqueles pré determinados pela rede, trazendo aos internautas uma falsa sensação de unanimidade quanto a opiniões e ações. Longe de se pensar as redes sociais como algo utópico ou livre, a demasiada filtragem de informações que limita nossas ações cria espécies de bolhas, que detém o controle sob a percepção de mundo dos indivíduos. Um meio que deveria somar visões e estimular novas experiências, insiste em afunilar informações, resultando em um isolamento voltado para a confirmação de crenças já existentes, estimulando o discurso de ódio e a intolerância, já tão fortes e arraigados na humanidade. A tecnologia é de suma importância para o bom funcionamento da humanidade, mas ainda há necessidade de ajustes e correções. Sob pressão social, o Estado, em parceria com ONGs e mídia, deve legislar em prol do fim do controle de informações, estabelecendo regras que limitem as ações das mídias sociais no cotidiano. E a escola, como agente formadora deve estimular novas experiências, especialmente de convívio, mostrando aos pequenos experiências mais sólidas do que as vivenciadas via internet.