A natureza do ser humano é inerente à necessidade de socialização, visto que ele precisa dela para sobreviver. Porém, ao estar introduzido numa comunidade, tende-se a restringir a visão sobre o mundo real e, consequentemente, estar propenso a criar uma bolha social com verdades, crenças e opiniões a partir de informações limitadas. Percebe-se, por intermédio de estudos antropológicos, que o homem sempre teve o instinto de se relacionar e formar grupos para sua subsistência. Com o decorrer da evolução, principalmente após o período do Renascimento, sua percepção passa de coletiva para individual, o que gera atitudes voltadas para interesses pessoais. Desse modo, isso enfraquece a solidariedade e estimula a insensibilidade perante o outro. É notório que, no mundo moderno, as formas de vida contemporânea estão ligadas a mudanças constantes e cada vez mais rápidas. De acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, a modernidade tem caráter imprevisível e de fluidez e a individualidade é colocada no primeiro plano. Dessa forma, constata-se que os vínculos têm maior chance de serem rompidos, o que causa uma disposição ao isolamento social. Assim, nota-se o surgimento de uma barreira que impede o conhecimento do que é alheio a comunidade, já que as referências são escassas. Compreende-se que a bolha social vigente é intrínseca, uma vez que há o predomínio do individualismo. Porém é necessário que sempre se esteja atento a realidade mundial para que não se conceba uma concepção deturpada do que é diferente. Por isso, cabe ao Ministério da Educação, junto com os municípios, enfatizar nas aulas de História e Sociologia o contexto dos acontecimentos da atualidade, a fim de fornecer os fatos para formação completa da opinião. Compete também ao Governo Federal criar campanhas publicitárias que fomentem a leitura e incentivar, por meio de projetos sociais, o acesso a informação, para que os cidadãos sejam bem instruídos.