No filme Náufrago, “Tom Hanks” interpreta “Chuck”, um empresário que após, certo acidente tem que sobreviver em uma ilha deserta. Isolado, o protagonista sente a necessidade de conversar com alguém e realiza seu desejo criando um personagem chamado “Wilson” uma bola de vôlei. Fora da ficção, observa-se que o ser humano é essencialmente social, e dessa vontade surgem as bolhas sociais, grupos de pessoas com alinhamentos parecidos. Entretanto no Brasil contemporâneo consequências nocivas podem ocorrer. Seja, por alienação, seja pela maximização da intolerância. Primordialmente, vale ressaltar que a alienação vai contra outra essência humana, a razão, alias, os alienados estão besuntados por suas verdades e não aceitam o contrário. Por meio das redes sociais pode-se encontrar pessoas com os mesmos interesses e os algoritmos mostram apenas o que o utente quer ver, isolando e alienando seus usuários. Como resultado, o preconceito se manifesta, e em uma sociedade democrática como o Brasil, a diversidade fica ameaçada. Faz-se mister, ainda, salientar a intolerância que é amplificada pelas bolhas sociais. Segundo Agnes Heller, filósofa húngara “Crer em preconceitos é cômodo porque nos protege de conflitos, porque confirma nossas ações anteriores”. Diante de tal contexto, misturar preconceitos, intolerância, alienação e bolas sociais é um perigo para qualquer indivíduo, nos casos extremos grupos terroristas surgem como o ISIS, que impõe suas vontades e crenças com extrema violência. Logo, em um mundo globalizado com o fluxo de informações rápido e massivo, isso se torna um perigo global. Em síntese, indubitavelmente medidas se fazem necessárias para resolver as consequências negativas das bolhas sociais. Dessa maneira urge que os Ministérios da Educação e Cidadania por meio de verbas governamentais, invistam no setor educandário. Assim desenvolverá nos indivíduos um senso crítico amenizando a alienação e a intolerância que surge por influências hereditárias ou do meio social. A partir dessas ações, espera-se evitar um naufrágio da atual sociedade, afinal o mundo não é um filme hollywoodiano com um final feliz.