Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é característica da “modernidade líquida” vivida no século XX. As consequências da bolha social no Brasil, tanto positiva quanto negativa, reflete essa realidade. A começar pela consequência positiva. É evidente que a identificação de costumes e ideias com pessoas que pensam, agem e falam como você é mais confortável. A construção do círculo social se torna mais agradável. Inicia-se então uma construção de amizades que tendem a isolar o contato com indivíduos de atitudes e pensamentos diferentes. Dessa maneira forma-se a tal "bolha social" que concentra indivíduos que tem as mesmas ideias e atitudes. Por outro lado, falando mais especificamente da consequência negativa, percebe-se uma desconstrução de valores humanos, como por exemplo a tolerância. Aprender a conviver com o diferente é saber respeitar as ideias e opiniões divergentes. Mas nem sempre essa atitude se demonstra com facilidade. É frequente os casos nas redes sociais em que alguém expõe uma opinião diferente da qual as pessoas que vivem na bolha social estão acostumadas a ouvir, e imediatamente esse pensamento diferente é reprimido e taxado de insano. O combate à liquidez citada inicialmente, a fim de conter o avanço das consequências da bolha social no Brasil, deve tornar-se efetivo, uma vez que a balança pesa mais para a consequência positiva do que negativa]. Sendo assim, desde que haja parceria entre governo, comunidade e família, será possível amenizar a falta de tolerância em conviver e aprender a respeitar o contraditório, construindo uma sociedade mais fiel aos níveis de democracia adequada da constituição.