Título da redação:

Humano, demasiadamente humano

Tema de redação: As consequências da superexposição nas redes sociais

Redação enviada em 31/10/2017

Humano, demasiadamente humano O filósofo Nietzsche aponta diversas críticas à comportamentos tipicamente humanos, como a idealização projetada à ídolos e o ego como uma fraqueza. Suas observações se mostram pertinentes na contemporaneidade, com o advento da internet e das redes sociais. Tendo isso em mente, observa-se acentuadas características problemáticas com o uso das redes sociais pela população brasileira. No atual mundo globalizado, o fluxo de informações constante reflete nas redes sociais, que contribui na permanência do usuário na internet. Ao passar horas em frente à telas e monitores, o internauta, ao mesmo tempo que cria seus ídolos, sente a necessidade de se expor nos moldes desses ícones. No entanto, as personalidades influentes desse meio expõem suas vidas de modo a selecionar apenas o alegre, a ostentação, e muitas vezes uma beleza artificial inalcançável. Seus seguidores, ao se depararem com esse mundo de fantasia, se deprimem ao não conseguirem viver essa realidade. “Penso, logo existo.” Ao dizer isso, Descartes afirma que o ser humano, em sua essência, é um ser pensante. Ao se reafirmar ao mundo e à realidade contemporânea, é por meio das redes sociais que o homem moderno se mostra ao mundo: por meio de suas opiniões, comentários e o modo que se expõe na internet. Todavia, a rede mundial de comunicações também permite, infelizmente, que pessoas de má índole possam se esconder por trás de perfis falsos, servindo de isca para vítimas caírem na rede de predadores cibernéticos. Não obstante, o anonimato não é a única vantagem para más intenções – há também a possibilidade de vigiar pessoas sem que elas saibam. Tudo isso, somado à superexposição do usuário, pode trazer prejuízos à sua vida pessoal. Levando em consideração esses aspectos, fica evidente que muitos usuários ainda não usam a internet de maneira saudável, e nem sabem os riscos da superexposição. Usar essa ferramenta da modernidade traz responsabilidades, e cabe à escola abordar esse tema em aulas de informática, palestras ou debates, onde se transmitirá informações acerca de um uso consciente das redes sociais pelas crianças e adolescentes, e os riscos que as redes podem trazer. A mídia, em conjuntura ao poder público, pode elaborar campanhas e cartilhas educativas que desconstruam as fantasias das “vidas falsas” de ídolos populares, bem como informar o modus operandi de predadores virtuais e as inconsiderações da exposição exacerbada. O internauta brasileiro não será vulnerável pelo ego.