Inquestionavelmente, desde os primórdios da concepção humana, a relação e o convívio social sempre estiveram presentes. De fato, no mundo contemporâneo, essa interação ainda acontece, porém, com o advento da internet, essa relação também se dá através do mundo virtual. Embora haja a aproximação de pessoas distantes nos canais virtuais de relacionamento, a exposição da vida pessoal se tornou algo corriqueiro e sem o devido cuidado. Logo, por de trás da superexposição em redes sociais está a busca da aceitação pela sociedade virtual e a idealização de uma vida perfeita. Por certo, é preciso ressaltar que compartilhar a vida pessoal em sites de relacionamento é ir em busca de aceitação de indivíduos que pensem da mesma forma e que detêm do mesmo ponto de vista. À proporção em que fotos e pensamentos particulares são expostos, há a ansiedade em sermos curtidos e aceitos pelos outros. Entretanto, atitudes como essa, em sua maioria, só mascaram quadros psicológicos, falta de autoestima e também problemas afetivos. Sendo assim, expor-se de maneira compulsória só irá amenizar instantaneamente as dificuldades inerentes a cada um, mas não irá resolvê-las. Ademais, vale destacar que a superexposição é uma forma de suprir o próprio ego com necessidades básicas, como o reconhecimento, amor e valorização do indivíduo perante a sociedade. Contudo, há aqueles que criam a falsa impressão de serem e terem mais do que são ou têm. Enfim, buscam através da exposição social obter vantagens, prestígio e até conquistar amigos ou pessoas do sexo oposto. Dessa maneira, é preciso ter senso crítico e critérios na hora de se relacionar com desconhecidos na internet, a fim de que não seja vítima de falsas amizades ou interesseiros. Portanto, a utilização dos meios virtuais não deve ser o caminho para a aceitação do indivíduo como cidadão e também não pode ser o meio de personificação de pessoas e vidas perfeitas. Assim como Montesquieu disse que todo homem que tem poder é tentado a abusar dele, devemos controlar o poder de se expor virtualmente e sabendo que há riscos nessa prática. Dessa forma, cada pessoa deve utilizar as redes sociais de maneira consciente, para que não haja uma superexposição de informações e opiniões pessoais. Além disso, a mídia deve veicular campanhas educativas com o propósito de informar, para que se evite e diminuía as consequências provenientes dessa autoexposição.