Evolução em xeque É notória a evolução da tecnologia no que concerne à abertura de caminhos auspiciosos ao bem-estar do indivíduo. No campo das comunicações, a internet propicia uma troca de identidades jamais imaginada tal qual hoje se vislumbra, sendo as mídias digitais um dos reflexos de suas possibilidades. O fato é que o Brasil se rende a esse fenômeno com uma disposição inequívoca, já sendo um dos campeões mundiais de público usuário quando em questão estão redes sociais como Facebook, Instagran, Twitter, Youtube, Snapchat, entre outras. Tal presença massiva, todavia, não significa apenas compartilhamento, podendo gerar distúrbios que colocam em xeque a eficiência desses meios. A excessiva exposição do universo pessoal de milhões de pessoas (fotos íntimas, desabafos, devassa familiar, opiniões conturbadas, preconceito, disseminação de ódio) tem propiciado debates acerca dos limites das redes sociais, afinal o que deveria servir como instrumento salutar de aproximação pode se tornar um veículo de desrespeito, discussões e afastamento. É notório, por sua vez, que as ditas redes sociais ainda são, historicamente, recentes, o que significa dizer que muito do destempero observado entre seu público carece de ajuste, o qual só virá com regras de boa conduta e denúncias de "posts" ofensivos ou criminosos (a exemplo de casos de injúria racial e pedofilia). Já disse o filósofo Aristóteles: " São amargas as sementes da boa educação, mas doces os seus frutos". Tal máxima nos instiga a entender que grande parte dos partícipes do universo cibernético ainda necessita de maior preparo, bom senso e sensibilidade ante à própria exposição e troca de idiossincrasias nas redes de relacionamento na internet. Assim, em um universo de sites, blogs e páginas com opiniões corrompidas, informações inverídicas, postagens deturpadas, a checagem de fontes, a atenção e o respeito ao semelhante são fundamentais. Destarte, casos de partilha de fotos indevidas e comentários intolerantes estão se tornando banais, o que em muito prejudica a convivência harmoniosa no meio virtual, por vezes levando o usuário à dor que a devassa propicia ( a vergonha, o preconceito, o isolamento, e em casos graves, o suicídio). Logo, cabe a todos, adultos e jovens (contando esses últimos com a vigilância familiar), um bem-vindo cuidado ao se manifestar e se expor nas redes sociais, quaisquer que sejam. A compreensão de que toda ação leva a uma reação deve servir de mantra aos brasileiros amantes da troca e compartilhamento de mensagens, fotos e vídeos. Poder usufruir de um bem tão propício à redução das distâncias, que aproxima os seres, reconhecendo-os como agentes sociais atuantes, é algo a ser comemorado, e não deturpado. Diante desse painel, urge o entendimento , por meio de campanhas institucionais, de que o espaço virtual tem regras (Marco Civil da Internet), cabendo à sociedade, pois, o conhecimento dessas, a fim de primar pela civilidade na conduta de seus usuários.