A obra “O cortiço” de Álvares Azevedo demonstra a interferência do meio nas atitudes dos personagens. Atualmente, a internet é, analogamente, determinista: ela influencia muitos indivíduos a exporem exageradamente suas vidas nas redes sociais, algo que pode ser prejudicial. Deve-se, portanto, inferir acerca das possíveis consequências da superexposição no ciberespaço. Primeiramente, pode-se notar que a exibição exacerbada de informações na internet tende a resultar no constrangimento pessoal. Alguns indivíduos têm o hábito de compartilhar, na “web”, fotos e vídeos cujo conteúdo revela suas intimidades. Por conseguinte, o mesmo meio social determinista que agudiza tal exposição usa as informações explanadas como ferramenta de entretenimento e piada. Isso causa embaraço para as vítimas, a exemplo do caso do ator Stênio Garcia no ano de 2015. O famoso foi mais um dos milhares de indivíduos afetados pelo mal uso das novas tecnologias da informação. Além do transtorno psicológico, outro fator relacionado a superexposição nas redes sociais é a facilitação dos crimes. De acordo com o mito da caverna de Platão, o ser humano está acorrentado ao mundo sensível. Analogamente, alguns indivíduos estão presos ao ciberespaço: tudo que fazem é compartilhado em sites, tal como o twitter e o Facebook. Logo, eles tendem a ficar vulneráveis às ações de ladrões e sequestradores que usam a internet para localizar as vítimas e facilitar o crime. Alcançar a libertação desse hábito é difícil, todavia é possível com o conhecimento. Em síntese, percebe-se que a exibição exacerbada nas redes sociais costuma gerar o desconforto pessoal e o aumento da ocorrência de crimes. Para equacionar tal quadro, é preciso que o governo estadual- por meio do seu tempo de concessão nos canais televisivos, sites e aplicativos- veicule campanhas publicitárias. Nestas, a sociedade seria instruída a não expor exageradamente suas intimidades e atividades da internet, como também, alertada sobre os possíveis reflexos de tal ato. Além disso, as escolas poderiam promover palestras com o intuito de conscientizar as crianças sobre o uso correto do ciberespaço: sem a superexposição das suas vidas. Assim, a influência do “cortiço virtual” não seria tão maléfica quanto é na conjuntura atual.