Título da redação:

Carpe diem

Tema de redação: As consequências da superexposição nas redes sociais

Redação enviada em 14/04/2017

Na Literatura, os escritores do Arcadismo redigiam sobre a necessidade de aproveitar o momento, tendo em vista a efemeridade da vida. Na contemporaneidade, porém, é o grande desejo de expor o cotidiano em redes sociais que dita os comportamentos e atitudes de grande parte dos indivíduos, trazendo consequências nos âmbitos comportamental e psicológico. Diante disso, se, por um lado, há cada vez mais curtidas na internet, por outro, o verdadeiro sentido de curtir a vida está, gradativamente, perdendo-se. Primeiramente, a superexposição em redes sociais tende a desenvolver, em quem a pratica, aspectos narcisistas. A crescente carência de ser visto, elogiado e receber "likes" e compartilhamentos influencia, muita das vezes, a auto-exaltação e a necessidade de achar-se ou querer ser melhor que o outro, seja postando fotos mais bonitas, seja relatando fatos mais "interessantes" sobre sua vida. Dessa forma, a exposição excessiva na internet contribui para uma sociedade mais superficial, guiada pelos parâmetros da aparência e do status. Por outro lado, os adeptos das redes de relacionamentos virtual também estão suscetíveis à consequências psicológicas devido à exibição exagerada. Ao ver, em sua "timeline", postagens e imagens que retratam a vida perfeita e invejável dos outros usuários - já que, de fato, é esse o efeito que muitos querem causar-, o indivíduo, na grande maioria das vezes, sente-se frustrado com sua própria vida. Assim, tal sentimento negativo oriundo da superexposição nas redes sociais pode resultar em quadros sérios de saúde, como a depressão e a ansiedade excessiva. Entende-se, portanto, que, apesar das curtidas no mundo virtual, a superficialidade e a frustração decorrentes da exibição exacerbada impedem as pessoas de aproveitarem ao máximo suas vidas no mundo real. Sendo assim, é ideal que ONGs formada por psicólogos atuem nas próprias redes sociais, detectando, atendendo e conscientizando os usuários sobre o vício em expor-se. Além disso, campanhas midiáticas que incentivem e ensinem a sociedade a autoavaliar-se e a entender a gravidade das consequências da superexposição também mostram-se essenciais. Talvez, se os escritores arcadistas do século XVIII vivessem na atualidade, diriam, ainda, que a sociedade precisa entender o real sentido do Carpe diem.