Com a facilidade no acesso à internet, possibilitado pelo uso de aparelhos cada vez mais modernos e rápidos para desempenhar esta função, foi inevitável que as pessoas começassem a se expor de maneira por vezes incontrolável e chegando até mesmo a criar uma superexposição desnecessária. É comum nas redes sociais presenciarmos o cotidiano de nossos amigos: o que fizeram, onde foram, com quem estavam ou como estão se sentindo. Tudo normal não fosse isso a demonstração de egos inflamados e carentes por aceitação, bajulação e sem contar na ostentação, parece que hoje em dia se você fizer algo e não divulgar nas redes sociais a atividade, seja ela um passeio com a família ou um jantar entre amigos não tem mais a mesma graça. É tudo calculado para ficar bem na foto: lugar apropriado, filtro de aplicativos e porque não a correção de imperfeiçoes no famoso Photoshop, afinal não há mal algum em querer postar sempre o melhor. Para a psicóloga Katty Zúniga, a superexposição nas redes sociais é o desejo de se sentir importante, acolhido e amado pelo outro. Mas além da questão pessoal envolvida no assunto, temos também aquelas pessoas que se expõe justamente para poder vender algum produto. É o caso de perfis de blogueiras famosas como Camila Coelho e Grabriela Pugliesi que aproveitam e utilizam seus perfis nas redes sociais para divulgar marcas e produtos, ou seja, aproveitaram a exposição pessoal para lucrar financeiramente fazendo disso um trabalho. Não há crime algum em querer fazer parte de um grande círculo de amizades ou aproveitar uma oportunidade de ganhar dinheiro com uma ferramenta capaz de atingir um grande número de pessoas, o problema acontece quando se faz qualquer coisa para estar ali. Abrir mão de valores pessoais e morais para poder se tornar um “digital influencer” pode ser um caminho arriscado. Para tanto, a conscientização de que ficar totalmente aficionado pelo mundo virtual e ignorar totalmente a realidade não é saudável. É preciso que os pais fiquem atentos e controlem o que seus filhos procuram ter contato no mundo virtual, assim como os adultos devem dar exemplo aos menores buscando interagir uns com os outros em eventos e situações reais e dessa maneira estreitar seus relacionamentos para que se tornem mais afetivos, presentes verdadeiramente na vida daqueles por quem tem apreço, seguros e com capacidade para discernir até onde se pode ir no mundo virtual e o que é possível expor nas redes sociais.