A publicação de uma obra clássica do geógrafo David Harvey “Condição pós-moderna” demonstra a diminuição das distâncias e o consequente aumento da velocidade da informação de algumas décadas para cá. A facilidade garantida em receber retorno imediato ao liberar uma informação é uma das principais causas para a superexposição nas redes sociais. A necessidade em se sentir inserido em um grupo ou relatar superficialidades para desconhecidos ocasiona além de um perigo, quando se trata de postagens pessoais, mas também uma perda das relações interpessoais. Ao mesmo tempo que essas plataformas sociais aumentam as redes de contato, diminuem a distinção entre o real e o virtual. Influenciadores digitais, como são chamadas as pessoas que se popularizam nas redes sociais, adaptaram esse meio para o seu trabalho e lazer. A exposição de suas ações faz parte de sua personalidade e fonte de renda na internet, não podendo assim haver distinção entre o marketing feito para grandes empresas, ou apenas a escolha de uma roupa casual para passar o dia, por exemplo. De acordo com a Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, foi constatado que aqueles que são mais adeptos às redes sociais chegam a ter quase o triplo de possibilidade de ter depressão do que os outros. A exposição de uma rotina singular e a imposição involuntária de padrões de beleza desestimulam grande parte dos usuários a se sentirem suficientes. Sendo assim, é preciso que haja uma distinção entre as redes sociais virtuais e reais por parte dos usuários, além da precaução em relação ao que é postado. Também é necessário que haja uma influência positiva de personalidades reconhecidas ao demonstrarem um cotidiano e estilo de vida “normal” para as pessoas que as acompanham.