Desde a época do descobrimento do Brasil não houve, por parte dos colonizadores, necessária preocupação com à fauna e a flora do país. Embora hodiernamente, no limiar do século XXI, já carecesse estar aflorado o respeito pelo meio ambiente, o aumento da biopirataria mostra que a ganância humana tem se sobressaído na temática. Logo, o desequilíbrio ambiental, bem como o comprometimento do futuro humano são corolários da preponderância do homem sobre a natureza. É notável, segundo o conceito biológico de cadeia alimentar, que as relações entre os seres vivos têm alto grau de dependência. Nesse sentido, quando criminosos retiram animais do “habitat” natural desses, ocorre desequilíbrio nas teias alimentares e consequentemente aumento na mortalidade de diversas espécies que tinham seu nicho ecológico vinculado com o animal capturado. Mesmo assim, consoante dados da Eco 92, o tráfico de animais é a terceira maior atividade clandestina do mundo,graças não só às fracas punições para os “biopiratas”, mas também, pela comprovada falta de conhecimento e conscientização desse mesmo grupo sobre a importância dos animais no ecossistema. Além do mais, as ideais de Hans Jonas, ilustre filósofo, colocam à tona o conceito do Princípio de Responsabilidade, o qual propõe que o homem deve agir responsavelmente para com as gerações futuras. Por esse viés, é necessário à reconstrução das práxis humanas, pois, a exploração ilegal dos recursos naturais, tem, ironicamente, como maior consequência e não efêmera, a própria extinção da raça humana. Portanto, é dever do Estado e de seus cidadãos proteger o meio ambiente para que o futuro dos filhos da "pátria amada" esteja pautado no desenvolvimento sustentável e na empatia por qualquer forma de vida. Em vista dos fatos mencionados, é preciso conscientizar a sociedade tanto das consequências da biopirataria quanto da relação do meio ambiente com o futuro da humanidade. Dessa maneira, o Estado deve aumentar o investimento na fiscalização dos biomas brasileiros, mas também,concomitivamente, o Poder Legislativo precisa elevar as punições para os criminosos ambientais, para que ,assim, sejam coibidas essas atuações ilícitas, haja vista que a biopirataria cresce a cada ano. Ainda, o Ministério da educação deve focar na reflexão acerca da manipulação artificial do homem na natureza, podendo por meio de exposições e documentários nas escolas, sensibilizar à causa ambiental. Conclui-se, desse modo, que efetivadas essas atitudes, estará plantada à semente para um futuro no qual a razão vencerá qualquer avidez.