Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: As consequências da biopirataria no Brasil

Redação enviada em 13/08/2018

A partir do século XVI, com as Grandes Navegações e consequente chegada dos portugueses ao que viria a ser o Brasil, houve intensificação da relação natureza-extração de matéria prima. Persistentemente, o desejo de lucro e de atribuir intrínseco valor monetário à natureza continua a causar muito más consequências. Dessas, grande parte advém da biopirataria. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a biopirataria é um crime que consiste em explorar ilegalmente recursos naturais ou de populações tradicionais – como a indígena – para uso próprio ou replicação em outro país. Infelizmente, essas práticas são comuns no Brasil, porque em todos os biomas há espécies raras e de reconhecida beleza, que, por isso, valem mais dinheiro para o mercado ilegal. Porém, se por um lado tanto lucro é obtido pelos piratas da biodiversidade, por outro, prejuízo há para as regiões afetadas, pois a retirada de espécimes do hábitat natural desequilibra a cadeia alimentar, e muitos podem desaparecer pela falta de alimento ou de parceiros para procriação, enquanto outros, multiplicar-se exageradamente devido à falta de predadores. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade – ICMBio- quase 1/3 das mais de 8 mil espécies endêmicas do país sofrem risco de extinção. Ou seja, há possibilidade real de que animais e plantas brasileiros desapareçam para sempre. Além disso, o potencial genético e cultural, que, se preservado, gera benefícios à população, quando traficado é monopolizado por grupos que o disponibilizam apenas a altos custos, como se o original domínio desse pertencesse a eles. Medicamentos com produtos naturais, minérios de alto valor em desenvolvimento espacial e técnicas sustentáveis de cultivo desenvolvidas pelos indígenas poderiam fortalecer a interculturalidade e ajudar milhares de pessoas, mas, com o tráfico, garantem riqueza a poucos. Percebe-se, assim, a necessidade de reduzir tamanha apropriação. Dessa maneira, para que haja progressiva redução da biopirataria no Brasil, o Ministério do Meio Ambiente e o ICMBio devem, por meio da destinação de verbas, construir espaços onde guardas florestais possam vigiar as fronteiras e os arredores das áreas com maior ocorrência desse crime e prender em flagrante aqueles que infringirem à lei, restituindo espécies ao lugar de origem. Desse modo, a ideia de que a natureza deve fornecer o máximo de lucro, acalentada desde 1500, diminuirá, e o Brasil protegerá de fato seu patrimônio natural.